A greve dos funcionários da Casa de Saúde Santana continua nesta quinta-feira (29). Os trabalhadores paralisaram as atividades ontem (28), em protesto contra o atraso no pagamento dos salários de novembro, que deveriam ser pagos até o dia 5 de dezembro. De acordo com o diretor do hospital, Germano Correia, por conta da paralisação, as cirurgias que estavam marcadas foram canceladas e os funcionários estão atendendo somente os pacientes que já estavam internados na unidade de saúde se recuperando de cirurgias. O diretor reafirma que o pagamento aos trabalhadores não foi feito porque os ex-diretores do hospital, que controlam a conta pessoa jurídica da unidade de saúde, não liberaram o dinheiro que foi repassado pelo Sistema Único de Saúde (SUS), através da prefeitura, no valor de R$ 220 mil. “Com esse dinheiro eu irei pagar funcionários, folha de pagamento, fornecedores, médicos, outros serviços, impostos, sendo que eu ainda tenho que fazer aporte, porque esse dinheiro não é suficiente para todos os pagamentos e todo mês eu faço o aporte, para que possamos manter isso funcionando e não dever a ninguém”, afirmou o diretor Germano Correia. Ele declarou ainda que tentou contato com os ex-diretores da casa de saúde, mas não obteve sucesso.
Quebra de contrato
Procurado pela reportagem do Acorda Cidade, o doutor Ângelo Mário, que é um dos ex-diretores da Casa de Saúde Santana, afirmou que já liberou o dinheiro do SUS depositado na conta do hospital, para pagar os salários dos funcionários. E alegou que o contrato com o atual diretor contém irregularidades.
Segundo o ex-diretor, o documento foi assinado pelo sócio, doutor Divaldo Cerqueira, sem a presença dele, que estava em viagem ao Chile. “Quando eu cheguei da viagem soube do contrato vergonhoso. Como presidente da Casa de Saúde a minha tinha que ser a primeira assinatura”.
Ele informou que o contrato, o qual completou um ano ontem (28), está sendo anulado por um advogado, uma vez que não concorda com os procedimentos adotados atualmente no hospital, como a cobrança de valores ‘por fora’ a pacientes do SUS.
“Eu não concordo em várias coisas, dentre elas, de eles estarem cobrando por fora de pacientes do SUS para fazer cirurgias e exames. No momento em que você tem o contrato com o SUS, você tem que receber o que o SUS paga. O meu motorista está fazendo exames lá e pagando particularmente. Queremos romper o contrato, buscar o hospital de volta e mostra à cidade que nós temos competência de gerir”, declarou o ex-diretor.
Doutor Ângelo Mário disse que médicos estão cobrando, por exemplo, o valor de R$ 3 mil pela cirurgia de hérnia simples, e que nunca houve essa cobrança enquanto ele era gestor da unidade.
Ele afirma também que arrendou o hospital pelo valor de R$ 20 mil mensais para cada um dos sócios, mais o valor do aluguel, de R$ 2 mil, por um período de vinte anos, mas que nunca recebeu o que foi contratado. “Eu recebi três vezes 10 mil reais e não vinte, como está no contrato. De modo que é vergonhoso o que está acontecendo”, disse.
Reprodução: Acorda Cidade