Citada nas delações da Odebrecht, as obras de revitalização da orla da Barra, em Salvador, custaram R$ 4,4 milhões a mais do que o valor previsto, segundo levantamento realizado pelo G1.
A previsão inicial é de que as modificações custariam R$ 57.705.106. Entretanto, um aditivo incorporado ao contrato em 5 de maio de 2014 aumentou o valor em R$ 4.464.719,81. Com isso, o custo final foi de R$ 62.169.825,81.
As obras foram citadas na delação do ex-diretor da Odebrecht na Bahia, André Vital. De acordo com ele, ocorreram “irregularidades” na licitação vencida pela empreiteira para realização da reforma. A petição que trata do caso foi encaminhada pelo ministro Edson Fachin, relator da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), à Justiça Federal da Bahia.
O órgão vai analisar o caso e decidir se abre investigação, se anexa a um inquérito já em curso ou arquiva o processo. Em nota, a Odebrecht informou que entende que é de responsabilidade da Justiça a avaliação de relatos específicos feitos pelos seus executivos e ex-executivos.
A empresa disse que está colaborando com a Justiça no Brasil e nos países em que atua e que já reconheceu os seus erros, pediu desculpas públicas, assinou um acordo de leniência com as autoridades brasileiras e da Suíça e com o Departamento de Justiça dos Estados Unidos.
Em nota, a prefeitura de Salvador afirmou que os recursos da obra foram exclusivos do município e que o aditivo no contrato ocorreu por necessidade de alteração no projeto inicial e se baseou na legislação vigente. Conforme o executivo municipal, foram realizados serviços complementares não previstos como implantação de redes coletoras de esgoto e fornecimento de material e montagem de linha de recalque e interceptor; apoio ao assentamento de redes de gás natural e implantação de coletor contínuo de drenagem.
A prefeitura também menciona a substituição das balaustradas e diz que, no projeto inicial, estava prevista a recuperação, mas constatou-se o comprometimento estrutural e a necessidade da substituição. Ainda segundo a prefeitura, houve a construção de um deck de acesso à praia, ao lado do Forte de Santa Maria, instalação de balizadores na pistas e implantação de infraestrutura para containers subterrâneos de coleta de lixo.
A administração municipal também informou que outro aditivo no contrato foi publicado em 1º de outubro e 2014 para realização de ajustes nas instalações subterrâneas de energia e comunicações. A prefeitura ponderou, entretanto, que os serviços não acarretaram na alteração do prazo de entrega e não impactaram no valor final da obra.
BA.Notícias////AF