A Atlas Schindler (CNPJ: 00.028.986/0004-50), empresa responsável pela manutenção do elevador que despencou no Horto Florestal, responde por 68 processos na Bahia. Dentre as queixas realizadas pelos condomínios, está a falta de manutenção nos equipamentos de suas responsabilidades.
O Edifício Britânia Mansion moveu um desses casos, em que os residentes alegam que a prestação do serviço “não estava sendo realizada de maneira eficaz”. Além disso, o botão do interfone não estava em funcionamento
“Trata-se de item ligado à segurança, em que o usuário preso no elevador entra em contato com a portaria para relatar um problema”, consta na petição.
Assim, durante os oito anos de manutenção realizada pela Atlas Schindler, o equipamento apresentou sinais de sujeira e oxidação. Diante do exposto, o residencial decidiu pela rescisão contratual e, apenas exigiu que fosse realizada a “fixação dos rodapés mal instalados”.
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Falta de resposta:
Em outro processo, movido pelo Edifício Jardim das Acácias, a Atlas não respondeu ao chamado aberto. Inicialmente, o elevador de serviço apresentou problemas apresentou problemas no motor de tração, resistência e relê térmico.
Dezessete dias depois, o prédio não obteve retorno nos contatos, enquanto o elevador social passou a também apresentar defeitos. Assim, o único equipamento em funcionamento estava em desnível com o andar da parada, até que também parou.
Nos contatos, a gestão condominial ainda revelou: “Os técnicos recomendam que seja realizado manutenção mensal, com avaliações dos freios. Não recebo retorno e estamos agindo apenas quando o problema causa parada do elevador. Como ontem parou, o técnico apenas religou o aparelho, mas o desnivelamento já começou a acontecer”, informou.
Não é a primeira vez:
Em São Paulo, no Edifício Santo André, uma morte após queda de elevador foi registrada. O fato ocorreu em 6 de agosto de 2023, em um aparelho também sob manutenção da Atlas. Adriana Maria de Jesus foi a vítima do ocorrido, ela ainda passou por cirurgias e 13 dias de hospitalização, mas não resistiu ao incidente. Além disso, outras duas pessoas também ficaram feridas.
No caso, a Atlas reconheceu que o aparelho precisava de modernização, porém, destacou que a companhia preza pela segurança em sua atuação. Segundo a prefeitura paulista, os elevadores estavam dentro do prazo de inspeção anual, mas a morte ainda é investigada pela polícia.
Responsabilização
Perante acidentes como os narrados, a professora Verônica Lins explica o papel do condomínio. Segundo conta ao PSNotícias, é necessário que o síndico busque ações preventivas constantes para evitar todo tipo de intercorrência.
“A gente fala tanto sobre a importância da manutenção preventiva. Gestão condominial não é uma brincadeira, é sério. Os condomínios precisam fazer um cronograma de manutenção, não só do elevador, mas de todos os equipamentos. As pessoas não vão ao médico fazer revisão, exames, check-ups? Condomínio também. Isso é muito grave. É tão mais barato prevenir.
Verônica comentou que as investigações precisam ser feitas para apurar as responsabilidades. Dentre os que serão investigados estão: o síndico, a empresa de manutenção do elevador, e os funcionários que faleceram enquanto estavam em serviço.
“O elevador tem que ter a manutenção e as vistorias feitas. O síndico é o responsável. Precisava chegar ao ponto de responsabilização, não só civil, mas também criminal, como é o caso em questão? O seguro vai arcar com o dano material e moral, mas a vida não volta”, finalizou.
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