Bahia

Chuvas na Bahia: "Comunidade indígena é invisibilizada", afirma liderança ativista Pataxó

A aldeia enfrenta, além da pandemia de covid-19 e das fortes chuvas que atingiu a região, uma decisão judicial que veta a "implantação de serviços básicos de qualquer natureza"

Reprodução/Redes Sociais
Reprodução/Redes Sociais

Sem luz, sem água potável e sem perspectiva de melhora, o povo pataxó que vive no território de Porto Seguro enfrenta, além da pandemia de covid-19 e das fortes chuvas que atingiram a região, uma decisão judicial que veta a "implantação de serviços básicos de qualquer natureza". 

A liderança ativista da aldeia Pataxó Novos Guerreiros, Thyara Pataxó, contou ao programa Ligação Direta da Salvador FM que a decisão da Justiça baiana proíbe melhorias ou qualquer ajuda para o território no sul da Bahia. Segundo Thyara cinco aldeias, além da Novos Guerreiros – comunidade da qual vive – concentram cerca de mil famílias que foram atingidas pelas chuvas no início deste mês. 

“Por questões demarcatórias e territorial o governo federal e a justiça baiana não nos deixam viver. Existe mais de mil comunidades indígenas aqui e cinco aldeias atingidas pela chuva e falta de energia. O que a gente vem passando desde lá de trás é um descaso total da justiça baiana. É nesse momento que percebemos o quanto a comunidade indígena é invisibilizada”, relata a líder ativista de uma das aldeias do território Pataxó.

As chuvas atingiram as poucas instalações elétricas, dificultando o uso de eletrodomésticos e luzes.

A indígena também conta que a única ajuda que teve do governo estadual e federal foi após mobilização nas redes sociais vinda das lideranças indígenas do território de Ponta Grande. Segundo a jovem, a Fundação Nacional do Índio (FUNAI) foi única responsável por garantir a permanência dos indígenas na região e ajuda com alimentos aparatos técnicos.

“A única ajuda que chegou foi depois de uma articulação nossa, onde pedimos ajuda das pessoas na rede social. Tentamos enviar um oficio para o governo pedindo ajuda e não recebemos nada. Apenas a FUNAI nos ajudou com alimentos e outras ajudas. Quem teve que fazer o levantamento fomos nós da aldeia”, afirmou Thyara.

A comunidade Novos Guerreiros tem encontrado ajuda de moradores do centro de Porto Seguro (BA), em um hotel que disponibilizou uma torneira para abastecimento de água da aldeia. 

Para doar, as pessoas podem enviar um pix para a tesoureira do Coletivo de mulheres indígenas Pataxós (Sarã), Kecia Pataxó, através das redes sociais do Conselho da Juventude Pataxó da Bahia (CONJUPAB).

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