O Ministério da Saúde reduzirá em 62,5% o financiamento aos leitos UTI de Covid-19 para estados e municípios a partir de segunda-feira (28), e com isso, o Conselho Estadual de Saúde da Bahia (CES-BA) teme a perda dos leitos exclusivos.
No início desde mês, o conselho enviou ao ministério uma solicitação para a manutenção do financiamento, uma vez que não é possível prever o surgimento de novas variantes nem o fim da pandemia. Enquanto órgão fiscalizador e deliberador do SUS, o CES-BA tem pedido a revisão da portaria do governo federal.
Atualmente, a Bahia tem 649 leitos de UTI para a Covid-19, e o Conselho relata que os recursos para o custeio já vinham sendo complementados pelo estado e municípios. Estes, segundo a entidade, já têm enfrentado dificuldades para garantir insumos e profissionais para a vacinação, e, portanto, há possibilidade de que os entes não consigam, sozinhos, financiar as eventuais necessidades de saúde caso haja um rebote da Covid-19 após o Carnaval.
“Os números da pandemia estão começando a ficar animadores, mas a gente tem que ter cuidado para não perdermos tudo o que foi conquistado. Protocolos têm que ser seguidos à risca nos eventos, com aumento da fiscalização. Os prováveis impactos de tudo isso virão para a população de classes sociais mais baixas, que precisam dos serviços do SUS”, adianta Marcos Sampaio, presidente do CES-BA.
Mais de mil leitos foram financiados com recursos da União nestes 2 anos de pandemia. A atual proposta do Ministério da Saúde é incorporar leitos de UTI geral para o atendimento de pacientes com Covid-19.