A Arena Fonte Nova abriu, na manhã desta quarta-feira (9), os portões para a primeira edição da Campus Party na Bahia, que é considerada a maior experiência no mundo na área de tecnologia e inovação.
Antes mesmo da abertura dos portões, às 8h, dezenas de pessoas já faziam fila do lado de fora do estádio. Os ônibus com caravanas da Bahia e de outros estados começaram a chegar por volta das 5h.
Um grupo de estudantes de licenciatura em computação do município de Porto Seguro, no sul do estado, enfrentou 12 horas de viagem para participar dos cinco dias da Campus Party.
"Eu já fui duas vezes para a edição de São Paulo. Agora, estou aqui no meu estado. Viemos juntas para aprender mais um pouco sobre empreendedorismo", afirmou Juliana Pena, ao lado das amigas Ana Cristina e Jaílda Bonfim.
O grupo, que integra um total de quatro mil “campusueiros” que ficarão acampados na Arena durante cinco dias, chegou de malas prontas e disse o que não pode faltar nos equipamentos. "Roteador, cadeado e colchão inflável", disse Ana Cristina.
O presidente do Instituto Campus Party, Francesco Farruggia, classificou o encontro tecnólogico como um acontecimento. "Não é uma feira, porque nada é vendido aqui. Não é um evento, porque vai além dos dias em que ocorre. É um acontecimento, um ecossistema digital".
Para Farruggia, a Campus Party é uma oportunidade de estimular uma nova consciência social, que precisa se desvincular das lógicas industriais para as digitais. "Nessa nova economia, quem detém esse conhecimento [a juventude], está dispersa e com muita energia. Aqui, se intermedeia esse conhecimento".
O secretário estadual de Ciência e Tecnologia, Vivaldo Mendonça, detalhou, na abertura da Campus Party, que a implementação da ‘experiência tecnológica revela o desejo do Estado de colocar a Bahia “no roteiro do que há de mais avançado no mundo”. “É nesse momento de crise, que podemos identificar as oportunidades”.
Farruggia diz que a entrada da Bahia no circuito da Campus Party tem, justamente, a ver como essa disposição do Estado de se conectar com essas novidades. "Isso coloca [Salvador] nesse mapa de cidades inteligentes".
Experiência
Essa é a primeira vez que a Campus Party é realizada na Bahia. Ao todo, serão cinco dias de evento. Do ponto de vista internacional, é a primeira vez que ocorre em um estádio de futebol.
Os ingressos para os "campuseiros", como são chamados os participantes do evento que têm circulação por todos os espaços, já estão esgotados. Entretanto, existe uma área gratuita aberta para o público, chamada de "Open Campus", com atrações de tecnologia, inovação e empreendedorismo.
Segundo a organização, são esperados quatro mil campuseiros e mais de 40 mil visitantes. [Veja aqui reportagem com algumas das atrações da "Open Campus"]
Nesta quarta-feira, os campuseiros já começam a se envolver em uma série de atividades, que só terminam no domingo (13). Eles irão participar de palestras, workshops, hackathons [maratona de programação], atividades nas bancadas com acesso à internet de alta velocidade e jogos no Freeplay. No total, o espaço receberá 250 horas de conteúdo. A estrutura contempla também o camping, que conta com 2.500 barracas.
Já a "Open Campus" irá funcionar na quinta e na sexta (10 e 11), das 10h às 21h, e no sábado (12), das 10h às 18h.
A Campus Party Bahia terá como tema principal a Inovação Produtiva e acontece por uma iniciativa do Governo do Estado da Bahia em parceria com o Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações e da Telebrás.
A Campus Party é um festival de inovação, criatividade, ciência, empreendedorismo e universo digital. Realizada pela primeira vez em 1997, na Espanha, a Campus Party conta hoje com 524.743 mil campuseiros cadastrados em todo mundo, e já produziu edições em países como Espanha, Holanda, Alemanha, Reino Unido, Argentina, Panamá, El Salvador, Costa Rica, Colômbia e Equador.
Reprodução/G1