O BRT Salvador passou a ter duas mulheres que integram o quadro de motoristas do sistema. Ilmara Sales e Carla Patrícia Maltez são as primeiras motoristas do modal. A iniciativa teve início na segunda-feira (12) e é fruto de um esforço conjunto entre as secretarias municipais de Mobilidade (Semob) e de Políticas para Mulheres, Infância e Juventude (SPMJ) e de empresas de transporte, dentro do programa Mulheres no Volante.
Em funcionamento desde 2022, o modal, atualmente, conta com quatro linhas: B1-Rodoviária x Estação Pituba; B2-Rodoviária x Praça Nossa Senhora da Luz; B3-Rodoviária x Pituba (via Caminho das Árvores) e B4-Estação Pituba x Lapa. Ao todo foram 14 estações implantadas, com direito a faixa exclusiva para os ônibus do sistema.
Com 53 anos e uma trajetória que inclui trabalho como cobradora desde 2014, Ilmara Sales expressou a importância de ser uma das motoristas pioneiras do BRT e como isso pode servir de inspiração para outras mulheres: "Só o fato de a gente estar aqui como pioneira já impulsiona outras mulheres. É uma bela forma de empoderamento feminino".
Carla Maltez, de 41 anos, valorizou a conquista e falou sobre as diferenças do modal, que inclui se adaptar a veículos elétricos e sistemas informatizados: "São muitos, muitos desafios. Cada passo que nós damos é um degrau a mais subindo. Cada processo é algo novo que é apresentado e temos que nos habituar com as mudanças".
Ilmara Sales e Carla Patrícia Maltez, primeiras motoristas mulheres do BRT Salvador | Foto: Lucas Moura/Secom PMS
Para o secretário da Semob, Fabrizzio Muller, esse é um importante passo para promover a igualdade de gêneros no transporte público: “Essa é uma profissão majoritariamente dominada pelos homens, e essa capacitação é muito importante para que estas mulheres sejam pioneiras neste espaço e inspirem outras a seguir os mesmos passos”
Programa Mulheres no Volante
A titular da SPMJ, Fernanda Lordêlo, explicou que, através do Mulheres no Volante, operacionalizado pelo Sest Senat, a Semob tem buscado as alunas egressas do curso especializado de condutor de veículos coletivos de passageiros, para que elas sejam futuras motoristas do BRT.
“Não há de se falar em equidade de gênero se a gente não trabalhar com a empregabilidade das mulheres, que são a maioria na nossa cidade. É um ponto crucial para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária dar a essas mulheres oportunidades equânimes de acesso ao mercado. Ao ajudá-las a conquistar autonomia, a gente fortalece a independência dessa mulher e com certeza, o seu poder de decisão e melhoria na qualidade de vida”, reflete a gestora.