Um bebê nascido há 25 dias morreu no Hospital Antônio da Costa Pinto Dantas, no município de Ituberá, no baixo sul da Bahia, e familiares denunciam que o falecimento foi provocado por demora no atendimento e por falta de medicamento na unidade municipal. A prefeitura nega negligência e disse que a unidade cumpriu todos os requisitos do atendimento de urgência e emergência.
Em entrevista, a avó do menino Luís Gabriel Oliveira da Conceição contou o drama enfrentado pelos pais e demais parentes do bebê na manhã de terça-feira (24). [Vídeo acima mostra desespero dos pais após notícia da morte]
"Foi a pior notícia da minha vida. Além de avó, eu sou mãe. Ver minha filha perder um filho, que estava aqui com a gente e que faleceu após ir ao hospital, é muito sofrimento", desabafou Rita de Cássia Reis dos Santos.
A avó materna da criança contou que o menino, que tinha menos de um mês de vida, deu entrada na unidade médica por volta das 9h. O bebê foi levado para o hospital após apresentar um choro constante, sem nenhuma explicação aparente.
"Os pais entraram na sala de emergência e a médica [plantonista] que atendia saiu por outra para ver a uma mulher que estava na sala de parto. O bebê ficou sendo visto por enfermeiros, que não tinham noção do que fazer. A criança chorava muito e estava ficando roxa. Os pais se apavoraram e uma enfermeira saiu correndo atrás da médica. Meu neto já estava lá há 30 minutos", relata o drama.
Rita diz que a médica foi atender a criança e pediu três tipos de medicamentos, que têm descrições para o tratamento de cólicas. A unidade não tinha os remédios. "A médica perguntou se o pai teria condições de comprar. Ele disse que sim e saiu correndo para o centro da cidade. Ele foi e voltou em questão de 15 minutos, mas quando voltou a médica disse que não tinha mais o que fazer".
Luís Gabriel Oliveira da Conceição nasceu na madrugada do dia 29 de setembro. Ele e a mãe tiveram alta médica cerca de oito horas após o parto.
Foram 25 dias em casa, sem apresentar nenhum problema de saúde evidente. "Ele chorava muito. Por ser criança, a gente não conseguiu identificar nenhum problema no início. Quando a situação ficou anormal, procuramos logo socorro médico", explicou a avó.
Após a morte, Rita diz que a médica e a direção do hospital não souberam informar a causa do falecimento. O bebê foi encaminhado ainda na tarde de terça-feira para o Departamento de Polícia Técnica (DPT) de Valença.
Reprodução/G1 (AO)