A Bahia é o estado do Nordeste com maior número de mortes por Hepatite B, de acordo com dados de uma pesquisa feita pelo Ministério da Saúde (MS). Foram 256 casos de morte pela doença entre os anos de 2000 e 2017.
Os dados apontam ainda que, com relação ao tipo C – o gênero mais grave da doença – o estado fica em segundo lugar na região: foram 855 no mesmo período. Em dados nacionais, a Bahia ocupa os 7º lugar do país por Hepatite C e 8º por Hepatite B.
De acordo com a Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab), este ano já foram registradas 55 mortes por hepatites virais.
Os dois tipos da hepatite são perigosos, porque a doença pode se tornar crônica e evoluir para cirrose ou câncer. Para o tipo B da doença há vacinha, que ainda não existe para o vírus tipo C.
A aposentada Terezinha Santana, de 64 anos, descobriu há 11 que tinha hepatite do tipo C. Por causa da doença ela desenvolveu outros problemas de saúde.
"Não era só hepatite C, era muita coisa. Era hepatite C, era cirrose, hepatite autoimune e ainda tinha um nódulo", listou.
Na maioria das vezes a doença é silenciosa e a pessoa não percebe que tem o vírus, por isso é preciso fazer teste de detecção. A estimativa da Organização Mundial da Saúde (OMS) é de que uma em cada 20 pessoas com hepatite sabe que tem o vírus.
"Tanto a hepatite B, quanto a hepatite C são patologias silenciosas. Evoluem por cerca de 30 anos e só na fase final é que os sintomas aparecem", explicou o hepatologista Antônio Ricardo Andrade.
O Hospital das Clínicas é referência em casos de doenças do fígado. O diagnóstico precoce ajuda no tratamento das hepatites
"No caso da hepatite B nós utilizamos drogas orais, que controlam a doença. Infelizmente, essas drogas não eliminam o vírus do indivíduo, apenas controlaram. Mas no caso da hepatite C, hoje em dia nós utilizamos drogas orais altamente eficazes, com pouquíssimos efeitos colaterais, e com altíssimas taxas de cura", detalhou o também hepatologista Andre Lyra.
G1 // AO