A auditora fiscal e professora de Direito, Karla Borges, que viralizou ao dar uma declaração favorável a manifestação de enfermeiros enquanto estava presa em um engarrafamento em Salvador, afirmou que não imaginava a repercussão do caso. Karla já tinha cerca de 40 minutos parada no mesmo lugar quando foi abordada pelo repórter Jorge Araújo da RecordTV Itapoan. Durante a entrevista, a profissional saiu em defesa do protesto que cobrava a aplicação do piso salarial da enfermagem. [veja vídeo ao final da matéria]
"Eu não imaginava essa repercussão, nem tampouco o alcance da entrevista que foi dada na rua de forma despretenciosa. Eu não esperava, fui pega de surpresa. Eu tive uma participação cidadã ao ser questionada sobre aquela manifestação, que naquele momento estava dificultando a passagem dos carros", disse a auditora em entrevista ao Portal Salvador FM.
Ainda segundo Karla Borges, ela se emocionou com as pessoas que estavam ali estavam. "Eu confesso que eu realmente me emocionei com as pessoas que ali estavam lutando por um piso salarial decente. Eu me transportei para a condição deles. Eu fiquei impressionada com o alcance das redes sociais. A quantidade de pessoas, que em tempo real, começaram a me ligar, a postar, foi muito grande", relatou.
"Não sou da área médica, mas tenho amigos enfermeiros, auxiliares de enfermagem e tenho acompanhado a luta deles", acrescentou a professora que tem recebido mensagens de agradecimento pela defesa da causa.
"Fiquei muito feliz de poder, de alguma forma, alcançar outras pessoas a se conscientizarem desse movimento de luta. É preciso de alguma forma sensibilizar o poder público para que ele garanta e promova justiça social e essa justiça se dá também através do pagamento de salários dignos", disse.
A Lei 14.434/2022 instituiu o Piso Salarial da Enfermagem para auxiliares, técnicos de enfermagem, enfermeiros e parteiras, no mês de agosto do ano passado. No entanto, o Supremo Tribunal Federal (STF) recebeu uma Ação Direta de Inconstitucionalidade da Confederação Nacional de Saúde, Hospitais e Estabelecimentos de Serviços (CNSaúde), buscando impedir a aplicação do reajuste.
A entidade questiona a validade da medida, por entender que a fixação de um salário-base para a categoria terá impactos nas contas de unidades de saúde particulares pelo país e nas contas públicas de estados e municípios. A ação foi acatada pelo órgão no início de setembro, gerando protestos de trabalhadores em todo o Brasil.
Veja vídeo:
Na quinta-feira (29), enfrentei um grande congestionamento em razão da manifestação dos profissionais de enfermagem. Quando questionada pelo Programa BALANÇO GERAL não hesitei em apoiar a causa e defender os profissionais de saúde que merecem que o piso salarial seja efetivado. pic.twitter.com/wcPQVQkn2K
— Karla Borges (@kborges10) July 4, 2023