Um ato no Parque Metropolitano do Abaeté, em Salvador, marcará a passagem do Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa, neste sábado (21), a partir das 8 horas. A atividade reunirá representações de diversas religiões, em frente ao busto da yalorixá Gildásia dos Santos, a Mãe Gilda, considerada como um dos símbolos de resistência e afirmação das religiões de matriz africana, inspirando a criação da data. O evento é realizado pelo Conselho de Desenvolvimento da Comunidade Negra (CDCN), em parceria com a Secretaria de Promoção da Igualdade Racial (Sepromi). A programação conta com homenagem à Mãe Gilda, que liderou o Ilê Axé Abassá de Ogum até seu falecimento, vítima de intolerância, em 2000, cujo trabalho foi sucedido pela yalorixá Jaciara Ribeiro, sua filha biológica. Também ocorrerão saudações à ancestralidade e palavras das lideranças religiosas e autoridades presentes. Em seguida, no mesmo local, será exibido o documentário Mulheres de Axé, que destaca a trajetória de personalidades femininas no enfrentamento à intolerância. O encerramento das atividades acontece com apresentações dos blocos afro Malê Debalê e Os Negões.
A data – O Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa foi instituído em 2007, pelo então presidente Lula, tendo o caso de Mãe Gilda como um dos mais emblemáticos na luta contra o racismo e o ódio religioso no país. Após ter a imagem maculada e o terreiro (Ilê Axé Abassá de Ogum, em Salvador) invadido e depredado por representantes de outra religião, a sacerdotisa teve agravamentos de problemas de saúde e faleceu em 21 de janeiro de 2000.
O episódio repercutiu amplamente, resultando em projetos de lei na esfera municipal e, em seguida, sendo reconhecido na esfera federal. A data é um marco para fomentar o debate acerca do respeito às diferentes crenças e à liberdade de culto.
Políticas públicas – Na Bahia, dentre políticas públicas na área está o Centro de Referência de Combate ao Racismo e à Intolerância Religiosa Nelson Mandela, serviço de atendimento gratuito, em Salvador. Vinculado à Sepromi, o equipamento oferece apoio social e jurídico a vítimas, desde dezembro de 2013. Além do atendimento, a unidade dispõe de uma biblioteca especializada em relações étnico-raciais e espaço para encontros sobre a temática. O Centro de Referência é uma das portas de entrada dos casos acompanhados pela Rede de Combate ao Racismo e à Intolerância Religiosa, composta por instituições do poder público, universidades federais e estaduais, órgãos que formam o Sistema de Acesso à Justiça e um conjunto de organizações da sociedade civil da capital e do interior.
Fonte: Assessoria de Comunicação Secretaria de Promoção da Igualdade Racial