Em uma tentativa de chamar atenção do poder público para os ataques sofridos por Pataxós no sul da Bahia, um ato está marcado para esta sexta-feira (9), às 9h, em frente à sede da Polícia Federal, em Salvador. O ato pede proteção aos povos indígenas ameaçados de morte por milícias armadas.
A candidata ao Senado, Tâmara Azevedo (PSOL), alerta para a necessidade de envolvimento da sociedade civil para sensibilizar as autoridades e trazer uma solução definitiva para a intimidação de pistoleiros a mando de fazendeiros contra os povos no sul do estado.
"Não dá para encarar como um problema isolado dos indígenas, temos todos que cobrar uma resposta, cobrar que os Pataxós vivam em segurança, sem medo de serem mortos toda a noite, de perdem seus filhos como aconteceu recentemente", lamenta a socialista, citando o caso de Gustavo Conceição, 14 anos, assassinado durante uma ofensiva de homens armados contra um grupo indígena da Alegria Aldeia Nova que ocupava uma área do Território Indígena Comexatiba, na cidade de Prado.
A candidata pontua que os fazendeiros reivindicam propriedade do perímetro, mas são terras já demarcadas pela Funai que aguardam somente homologação para o registro final. No entanto, Pataxós aguardam há quase uma década que o Governo Federal e a Funai se mobilizem para oficializar a demarcação e garantir a sobrevivência dos povos indígenas da região.
Tâmara esteve no último fim de semana em Porto Seguro e em municípios próximos, visitando aldeias indígenas. Ela cumpria agenda junto à indigenista Gerusa Sobreira, da Associação Nacional de Indigenistas, quando soube da morte de Gustavo. Na última segunda-feira, ela participou do sepultamento do jovem Pataxó.
Na terça-feira (6), novos relatos de tiros e homens armados rondando as aldeias Nova e Pé do Monte, também na cidade de Prado. A Polícia Militar foi acionada e coibiu um novo ataque.