Bahia

Área que abriga Arquivo Público da Bahia é leiloada com lance único no valor R$ 13,8 milhões

O imóve, reformado em 2020, abriga as instalações do Arquivo Público desde 1980 e é um bem tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico Nacional (IPHAN)

Carol Garcia/GOVBA
Carol Garcia/GOVBA

A área da Quinta do Tanque, que abriga o Arquivo Público do Estado da Bahia (Apeb), em Salvador, foi leiloada nesta segunda-feira (17), com o lance único ofertado, da cidade de Petrolina, em Pernambuco, no valor de R$ 13,8 milhões.

No entanto, de acordo com a procuradora geral adjunto para assuntos jurídicos sobre o leilão do Arquivo Público da Bahia, Bárbara Camardelli Loi, a Justiça ainda tem que se manifestar sobre a validade do leilão, já que a Procuradoria da Bahia (PGE) entrou com um recurso, onde se posiciona contra a penhora do bem e a realização do leilão.

O terreno, que inclui o prédio onde fica o Arquivo Público, é um dos itens que está penhorado em um processo judicial contra a Bahiatursa, superintendência estadual de fomento ao turismo.

O imóvel foi reformado em 2020. Ele abriga as instalações do Arquivo Público desde 1980 e é um bem tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico Nacional (IPHAN).

Leilão

Segundo a PGE, o recurso permanece sem decisão por parte do Tribunal de Justiça (TJ-BA). Diante disso, a PGE pediu que o juiz reveja a decisão sobre a validade do leilão, analisando as questões trazidas.

A PGE ainda disse que o Estado não participou do leilão pois considerou o valor do lance único inicial exorbitante e que o cálculo não foi feito de forma correta. Conforme a procuradora, foi calculada "pela atualização de antigos valores históricos, distanciando-se do efetivo valor de mercado do bem".

Além disto, a diferença entre o valor estabelecido para lance e o valor real, segundo a representante da PGE, equivale a cerca de R$ 5 milhões. Ou seja, o Estado cometeria uma improbidade administrativa com danos ao erário caso resolvesse participar.

O Estado ainda reforçou, por meio da PGE, que trabalha para manter o imóvel como um bem público e que ele não deixará de ser a sede do Arquivo Público. O acervo permanece no local.

Conforme a procuradoria, caso a Justiça considere o leilão válido, a parte vai ter que pagar para arrematar o bem. O governo disse que está preparado para fazer a desapropriação e manter o local como patrimônio público da Bahia.