Bahia

Área destruída por fogo já equivale a mais de 350 campos de futebol na BA

Área devastada na Chapada Diamantina, no entanto, pode ser ainda maior.

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Vegetação foi afetada por incêndio nas proximidades do Morro do Pai Inácio, na Chapada Diamantina. (Foto: Portal Chapada)

O incêndio que já dura cinco dias na região da Chapada Diamantina, na Bahia, já destruiu mais de 350 hectares, o que equivale a 350 campos de futebol, na Serra do Barbado, no município de Rio de Contas. A informação foi divulgada ao G1 nesta quinta-feira (3) pelo secretário do Meio Ambiente da Bahia, Eugênio Sppengler.

A área devastada pelas chamas, no entanto, é ainda maior, porque em outro ponto com focos de incêndio, no Pico das Almas, localizado entre Rio de Contas e o município de Livramento de Nossa Senhora, ainda não foi possível realizar uma mapeamento por se tratar de uma região de difícil acesso.

Nesta quinta, um novo foco surgiu numa localidade conhecida como Campo do Queiroz, área que fica às margens de uma trilha utilizada por turistas, perto do Pico das Almas. O local, assim como as demais áreas de visitação, no entanto, não está interditado.

"Um foco surgiu nesse local. Trata-se de uma linha de fogo de cerca de 700 metros, mas não teve como a gente combater nesta quinta. Amanhã, serão lançados doze homens, sendo oito bombeiros e quatro brigadistas voluntários, ainda durante a madrugada, por volta das 4h. Nenhum local de visitação está interditado, mas a gente recomenda que as pessoas tenham cuidado. São locais onde as pessoas constumar ir com guias turísticos e todos os guias estão avisados", afirmou.

O Pico das Almas é a área que mais preocupa os brigadistas, conforme o secretário, por causa da grande concentraçao de montanhas e penhascos, o que dificulta o trabalho das equipes. Segundo o secretário, o incêndio diminuiu na região nesta quinta, mas ainda não foi controlado. "O Pico das Almas está sendo constantemente monitorado. Hoje, verificamos que diminuiu o fogo no local, mas ainda é muito preocupante. Ainda não foi possível verificar quanto de área foi atingida no local, mas acreditamos que seja uma área menor que a devastada na Serra dos Barbados", destacou.

Também nesta quina-feira, conforme Sppengler, dois novos focos de incêndio surgiram na Serra do Barbado, mas foram rapidamente controlados pelos brigadistas. O incêndio no local chegou a ser dado como totalmente controlado, na terça-feira, após ser devastada uma área de 230 hectares.

"Amanhã [sexta-feira, 4], vamos lançar duas equipes de oito pessoas para ficar no local, com apoio de aeronaves, e fazer monitoramento para impedir o surgimento de novos focos", destacou o secretário.

De acordo com o governo do estado, foram enviados ao local 15 bombeiros militares, dois helicópteros e duas aeronaves. A ação para combate ao fogo conta com a participaçaõ de brigadistas voluntários além de quinze homens do Corpo de Bombeiros de Jequié e de Vitória da Conquista.

De acordo Secretaria do Meio Ambiente de Rio de Contas, o fogo foi percebido por moradores no final da tarde de domingo (30), em um local próximo à Área de Preservação Ambiental (APA) Serra do Barbado. Equipes de brigatistas começaram o trabalho de combate às chamas na manhã de segunda-feira (31). O local já foi atingido pelo fogo em outras ocasiões, uma delas foi no ano de 2011. Ainda não há suspeitas do que provocou o incêndio.

Grave incêndio em 2015
Cinquenta e um mil hectares de vegetação foram devastados pelo fogo em três meses, no ano de 2015, na região da Chapada Diamantatina. O número equivale a aproximadamente 3.500 estádios do Maracanã. Do total, 15 mil hectares atingidos pelas chamas ficam dentro do Parque Nacional, que é uma Área de Preservação Ambiental (APA) que abrange seis municípios.

O dado foi divulgado pela Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Sema) e corresponde ao período entre 11 de setembro e 4 de dezembro. À época do ocorrido, a destruição de orquídeas, a morte de animais e impacto sobre nascentes foram apontados como as principais consequências do incêndio. No período, as trilhas para as cachoeiras da Fumaça, no Vale do Capão, e a do Buracão, em Ibicoara, chegaram a ser fechadas por conta das chamas.

Reprodução/G1