Os diretores do Museu de Arte Moderna da Bahia (MAM-BA), Pola Ribeiro, e do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (IPAC), João Carlos Oliveira, se reuniram com moradores da comunidade Solar do Unhão nesta terça-feira (17), e se comprometeram a atender as demandas do bairro. Uma comissão com 15 pessoas do território será recebida, nesta quarta-feira (18), por um comitê envolvendo diversos órgãos do Governo da Bahia, no Centro Administrativo da Bahia (CAB), e liderada pelo IPAC e pelo MAM, visando resolver a lista de reivindicações do grupo.
Entres os pontos discutidos está a reforma de escada de acesso à praia das pedras; a liberação do acesso de ambulantes e moradores à Prainha por meio do Parque das Esculturas; a construção de uma quadra esportiva em área não tombada entre o museu e a comunidade; a pintura do muro de acesso ao bairro; entre outras questões do dia a dia do território, relacionadas, por exemplo, a capacitação e empregabilidade local.
A reunião de hoje (17), aconteceu na pista de acesso ao Solar do Unhão, entre o MAM e a comunidade, um dia após a Associação de Moradores do bairro, o Museu Street Art Salvador (MUSAS) e o Coletivo de Entidades Negras (CEN) divulgarem publicamente manifesto crítico à atual gestão do equipamento cultural por causa dos desrespeitos à comunidade.
Os moradores do Solar do Unhão haviam programado uma manifestação para às 13h, durante a reabertura do museu, após oito anos de obras e um investimento total de R$ 30 milhões. O protesto chegou a ser iniciado, no entanto duas viaturas da Polícia Militar da Bahia impediram a continuação da manifestação. Entretanto, após a chegada do diretor do IPAC, João Carlos Oliveira, minutos depois, os PMs foram orientados a ir embora do local, marcando assim a retomada do diálogo e prosseguiu com a reunião de negociação, que teve ata assinada pelos presentes.
O diálogo com o Museu estava interrompido devido a desentendimentos entre o diretor do local e lideranças da comunidade, apontando o desprezo às pautas apresentadas pelos moradores. Em manifesto divulgado na última segunda (16), os representantes comunitários chamaram a gestão do museu de "racista", indicando inclusive a instalação de arames farpados nos muros que separam o equipamento do Solar.