Bahia

Após reforma, Estação da Lapa tem 92 câmeras com monitoramento 24h

Além disso, há posto da PM, guardas com monociclos e 11 escadas rolantes reformadas

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Depois da reforma, a Estação da Lapa passou a ser monitorada por 92 câmeras durante 24 horas por dia. Foi instalado um circuito fechado de TV, onde os funcionários observam, em monitores, tudo o que ocorre no terminal, que recebe diariamente 460 mil pessoas.
 

Há também um posto da Polícia Militar e outros oito postos de vigilância privada, com comunicação direta com a PM, em casos de ocorrências graves. Além de oferecer mais segurança, a nova estação também tem elevadores e escadas rolantes especiais para facilitar a acessibilidade.

Os vigilantes da estação se deslocam em monociclos motorizados, para, assim, atender mais rapidamente os usuários da nova estação. Os seguranças usam também rádios para facilitar e agilizar a comunicação.

Uma central concentra as 92 câmeras. O sistema de monitoramento das imagens foi vistoriado por uma equipe da PM e as imagens registradas serão fornecidas nos casos determinados pela lei. 

De acordo com Paulo Henrique Amorim, diretor de engenharia da Concessionária Nova Lapa, os vigilantes vão atuar na estação 24 horas. “A central de controle monitora 100% da área. Se notar uma ocorrência, o operador avisa imediatamente ao segurança”, explica. Os guardas não vão usar armas.
 

“Nossa equipe tem a função institucional de zelar pela segurança patrimonial da estação. A segurança pública é atribuição legítima e indelegável do poder público, por meio da Guarda Municipal e da Polícia Militar. A equipe de segurança da Nova Lapa resguarda o interesse público no estrito zelo de coibir a depredação e danos ao patrimônio da cidade do Salvador, ou seja, as instalações e equipamentos do terminal”, diz.

A atuação dos vigilantes é submetida a um protocolo de segurança que prevê ações de inibição e de reação a atos de vandalismo. Segundo Paulo Henrique Amorim, esses funcionários estão instruídos a aplicar atitudes educativas contra aqueles que atacarem o patrimônio. Em alguns casos, praticantes de tais atos devem ser encaminhados às autoridades responsáveis.
 

Ajuda a portadores

Mas o uso das câmeras não é somente para garantir a segurança de quem vai à Lapa. O monitoramento funciona também para identificar os usuários que precisem de algum tipo de apoio, como observa Paulo Henrique: “Além de resguardar a segurança dos usuários e dos bens e equipamentos públicos, o monitoramento permite a identificação de pessoas com deficiência que precisam de suporte de nossa equipe, bem como de idosos, crianças, gestantes e demais usuários que demandam algum apoio pontual”.

A equipe de monitoramento transmite as informações aos agentes distribuídos no terminal para que eles atuem imediatamente quando for necessário.
 

Outra novidade que vai melhorar a segurança dos usuários é o sistema de controle de incêndio, que não existia ali e foi instalado após a reforma. “Agora, existem ‘sprinklers’, que são chuveirinhos que disparam água em caso de incêndio”, diz Paulo Henrique.

Em caso de blecaute, geradores serão acionados para manter a Lapa iluminada. E, se o gerador não funcionar, as lâmpadas têm uma bateria que permite um nível mínimo de iluminação, suficiente para as pessoas se orientarem.

Há também um sistema de sonorização, que será usado em caso de necessidade de comunicados de interesse público ou eventual necessidade de evacuação.
 

Dois elevadores e escada rolante de 27 metros

Pedro Vinicius, de 9 anos, e Crislaine, de 11, são irmãos. Ambos, portadores de deficiência física e cadeirantes, foram à Estação da Lapa com a mãe, a dona de casa Selma Souza do Rosário, 33 anos. “Fui lá para adquirir um cartão de bilhete integrado. Precisei usar o elevador para transportar meus filhos e funcionou muito bem. Além disso, tive ajuda de funcionários”, afirma Selma.
 

A dona de casa se referia a um dos dois elevadores que foram instalados na Nova Lapa após a reforma. “Agora, o cadeirante tem mais autonomia que antes da reforma, quando ele precisava estar acompanhado por alguém para carregá-lo”, observa Paulo Henrique Amorim, diretor de engenharia da Concessionária Nova Lapa.

Para os portadores de deficiência visual, uma pista tátil de dois quilômetros auxilia o deslocamento pela estação. A extensão do piso equivale a quatro voltas em torno da pista de atletismo da Fonte Nova. Paulo Henrique observa que o conceito de acessibilidade é mais amplo e lembra que a nova sinalização implantada também torna a Lapa mais acessível: “Todos precisamos de acessibilidade. Então, todo o sistema de comunicação foi planejado. Antes da reforma, só andava na Lapa quem já conhecia bem o lugar”.
 

As 11  escadas rolantes, que antes não funcionavam, foram reformadas, incluindo uma de 27 metros, uma das maiores da América Latina, que dá acesso à Avenida Joana Angélica, perto do Colégio Central.

As escadas comuns também foram adaptadas e dispõem de corrimão de desenho universal, em duas alturas. “Muita gente pensa que esse tipo de corrimão é para diferenciar a altura de crianças e de adultos. Mas é para o uso de qualquer pessoa, como, por exemplo, o idoso, que é  um pouco mais curvado, a pessoa mais alta, a mais baixa…”, diz Paulo Henrique.
 

Estação com 2 km  de piso tátil facilita deslocamento
 

Antônio Neilton Costa da Silva  tem 55 anos e frequenta a Lapa desde a inauguração, em 1982. Morador do bairro do Retiro, o deficiente visual diz que ainda está se acostumando à Nova Lapa: “Eu pegava o meu ônibus, Capelinha, lá em cima e agora é aqui embaixo. Estou aprendendo onde ficam os pontos que mudaram. Mas o piso tátil já me orienta muito bem”, diz Neilton. 

Para se ambientar às mudanças que foram implantadas, ele diz que conta também com a ajuda dos funcionários: “Enquanto espero meu ônibus, tem um rapaz comigo pra me avisar quando o carro chegar”.

Foto: Reprodução