Bahia

Após reajustes da Petrobras, gasolina comum fica até R$ 0,56 mais barata em Salvador

Preços variaram entre R$ 3,93 e R$ 4,49 nos postos de combustíveis da capital baiana

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Após reajustes da Petrobras, gasolina comum fica até R$ 0,56 mais barata em  Salvador - Jornal CORREIO | Notícias e opiniões que a Bahia quer saber

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A gasolina comum ficou até R$ 0,56 mais barata nos postos de combustíveis de Salvador nestas primeiras semanas de setembro, queda que já vinha sendo registrada pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), órgão federal que regula e monitora os preços dessa indústria no Brasil. A gasolina mais barata foi encontrada no Posto Meridional, no bairro da Calçada, por R$ 3,93, e a mais cara por R$ 4,49, em um posto da Avenida Centenário, no Chame-Chame, como mostram os dados da plataforma “preços de combustíveis”, que atualiza os valores em tempo real (veja mais abaixo). 

Já em um posto no bairro da Pituba, a gasolina comum foi encontrada por R$ 4,19, isto é, 30 centavos mais barata que no início de agosto, segundo o gerente da unidade, Alex Andrade, 23 anos. A advogada Jeannine Peixoto, 34 anos, que abastecia o carro ali, não tinha notado a diferença até então, mas gostou da novidade. “Não fico procurando qual posto está mais barato, mas é bom demais ter baixado, porque é muita coisa para cada litro”, pondera Peixoto. A economista Lídia Fonseca, 62 anos, que também aproveitava para encher um pouco o tanque, notou a redução: “Acho ótimo, e que continue caindo”. 

Uma das principais explicações, de acordo com o secretário executivo do Sindicombustíveis (BA), Marcelo Travassos, foram os três reajustes de preço feitos pela Petrobras em suas refinarias no mês passado – a empresa baixou em 0,23% (01/8), 3,97% (13/8) e 5,95% (21/8) o preço da gasolina. Com isso, alguns dos cerca de 200 postos existentes na capital baiana conseguiram reduzir o valor para o consumidor. 

Consumo em baixa

Outro motivo foi a diminuição de cerca de 60% no consumo durante a pandemia – que já começou a se recuperar, mas ainda apresenta queda de 30% em relação a consumação normal, que é de 74 milhões de litros por mês em Salvador. Hoje, a estimativa é que seja da ordem de 45 a 50 milhões de litros, segundo o sindicato. Devido à queda na demanda, a estratégia dos empresários foi reduzir o preço, a fim de atrair clientes. 

“Muitos postos [de combustível] têm praticado essa diminuição de preço porque tiveram uma forte retração na demanda, as pessoas estão deixando de andar de carro. Isso fez com que alguns adotassem a política de reduzir seu preço para reconquistar o cliente, dar uma saúde no fluxo de caixa”, explica o secretário executivo do Sindicombustíveis (BA), que é economista. 

Preço estrutural

Em relação à variação de preço do commodity para o consumidor, Travassos ainda esclarece que não há como fazer grandes reduções, pois 85% de seu valor independe do empresário. A maior parte da composição do preço que está nas bombas vem do custo com a matéria prima, o petróleo que é comprado em dólar, e dos impostos de importação, responsável por, em média, metade do custo do produto.  

“O preço da gasolina acompanha a paridade do mercado internacional e é estrutural, independente da vontade do revendedor. Ela já chega ao posto com mais de 85% do preço que vai ser praticado, o que deixa uma margem apertada. O abuso não é do posto”, alega Travassos. 

Já o presidente do Sindicombustíveis (BA), Walter Tannus, que é dono de quatro postos de combustível em Salvador e região metropolitana, afirma que não perde de vista o valor da concorrência para estabelecer os seus. “Todos os meus preços são acompanhando o do meu vizinho, porque temos um preço que é uma commodity e não tem como o preço ficar deslocado da concorrência, porque aí você perde clientela”, conta o empresário, que deixou uma margem de R$ 4,09 e R$ 4,19 nas unidades as quais é proprietário. 

Segundo o relatório mais recente da ANP, a Bahia e o Rio Grande do Norte foram os únicos estados que retraíram o preço da gasolina entre 25 de julho e 22 de agosto no país, com queda de 0,09% e 2,02%. Na variação dos últimos 12 meses, houve redução em 17 estados brasileiros – a Bahia teve a terceira menor baixa de preço com 0,87% de retração. Outros combustíveis também caíram de preço no estado neste período, como o etanol (7,87%) e o diesel (3,58%). Já o GLP subiu 1,39% nos últimos 12 meses. 

Preço em tempo real 

Criada há 10 anos em Minas Gerais, uma plataforma colaborativa chamada de Gasspass atualiza os preços dos combustíveis em tempo real em todo o Brasil e até mesmo na Argentina, México e Chile. O banco de dados é atualizado por usuários, donos de postos e pelo cartão de crédito da frota parceira da empresa quando os funcionários fazem o pagamento.

A ideia surgiu pela defasagem dos dados da ANP, que demoram duas semanas para serem divulgadas. “Temos uma equipe de 15 pessoas e robôs que identificam o posto que teve uma queda muito grande no preço”, conta o engenheiro mecatrônico responsável pela plataforma, Gitano Gama, 31 anos. Acesse neste link. 

Com informações do Correio 24 horas

da Redação do LD