Após o fechamento dos restaurantes universitários da Universidade Federal da Bahia, estudantes se reúnem na próxima quarta-feira (9), com a reitoria da instituição para análise da situação. No último dia 25, foi anunciado que as atividades nos locais seriam encerradas por problemas sanitários. Além disso, em meados de outubro, centenas de estudantes e funcionários denunciaram uma intoxicação alimentar após almoçar no campus de Ondina.
O Portal Salvador FM conversou com o representante do diretório acadêmico de Psicologia da UFBA, que integra o Conselho Universitário, e faz parte do movimento Correnteza, Matheus Portela. Segundo ele, os problemas recentes foram iniciados no início do semestre de 2022.1.
“A história é antiga, mas esse processo exclusivo, começou no início do semestre passado, quando ainda estava no ensino semipresencial. Dois restaurantes estavam fechados, e nos manifestamos para a abertura. Na metade do semestre, o RU de Ondina foi aberto, que é o maior e tem a cozinha que distribui para os demais pontos. Mas existia uma limitação de fichas e de atraso na abertura”, iniciou o relato.
“Já no segundo semestre abriram outros dois, São Lázaro e Vitória, que funcionam com uma péssima qualidade. O Canela estava passando por uma obra e a situação estava insustentável”, completou.
Matheus explica que, em setembro, houve uma reunião com a Pró-Reitoria de Ações Afirmativas e Assistência Estudantil da UFBA (PROAE), onde foram indicadas as insatisfações e uma solicitação para aumento na quantidade de refeições.
“Já em outubro, reunimos diversos estudantes do campus de São Lázaro, para fazer um debate e convocamos um calendário de luta. No dia 6 tínhamos marcado um ato, que se tornou a ocupação referente ao corte de gastos pelo governo Bolsonaro. Realizamos uma plenária, ato no RU, um bandeijaço, onde servimos os estudante gratuitamente, no último dia 11”, explicou.
Dias depois, o grupo se reuniu em frente à reitoria para entregar uma carta. “Propomos também uma terceirização mista, onde a instituição compraria insumos e uma outra empresa prepararia, e uma comissão de fiscalização, com ajuda, inclusive, dos estudantes”, disse ao site.
“Nos reunimos com a Pró-Reitoria de Administração (PROAD), e na época houve a intoxicação dos estudantes do campus de Ondina, onde cerca de 150 pessoas passaram mal após o almoço. No dia seguinte, houve o anúncio oficial de fechamento das unidade”, completou.
No meio tempo, ainda houve um ato em prol dos funcionários de Ondina, que após serem demitidos, não receberam os valores de rescisão do contrato. Uma nova ocupação foi montada em frente ao RU, onde foi realizada uma mesa de negociação para que todos recebessem os valores.
Portela explica que o único restaurante que seguia funcionando era o de São Lázaro, porém em condições “insalubres”. Após uma vistoria da Vigilância Sanitária, a unidade também foi fechada. “Com isso, os bolsistas receberam um auxílio de 400 reais, que também pretendemos aumentar, pois é insuficiente”.
Além da reunião no próximo dia 9, na segunda-feira (7) está planejada uma plenária entre os estudantes para debater os próximos passos antes da reunião com a PROAE.