Após 25 anos de queda, a taxa de mortalidade infantil aumentou 9,2% na Bahia em 2016, comparado ao ano de 2015, segundo dados divulgados nesta semana pelo Ministério da Saúde.
Conforme o órgão, o estado teve 18 óbitos infantis a cada mil nascimentos em 2016. A taxa ficou acima da média nacional, que foi de 14 mortes por cada mil nascimentos no mesmo ano.
A partir de 1990, a Bahia, assim como o restante do país, começou a apresentar queda no número de mortes de crianças. Em 1990, o estado registrava taxa de 66 mortes por cada mil nascimentos. Em 2015, a taxa já havia baixado para 16,4.
Taxa de mortalidade infantil na Bahia para cada 1 mil nascidos vivos (1990 a 2016))
ANO | TAXA |
1990 | 66,0 |
1991 | 61,9 |
1992 | 58,0 |
1993 | 54,4 |
1994 | 51,0 |
1995 | 47,8 |
1996 | 44,8 |
1997 | 42,0 |
1998 | 39,3 |
1999 | 36,9 |
2000 | 34,6 |
2001 | 34,2 |
2002 | 31,0 |
2003 | 29,9 |
2004 | 29,0 |
2005 | 27,5 |
2006 | 26,2 |
2007 | 24,9 |
2008 | 23,6 |
2009 | 22,1 |
2010 | 21,0 |
2011 | 20,0 |
2012 | 19,1 |
2013 | 18,7 |
2014 | 18,4 |
2015 | 16,4 |
2016 | 18,0 |
Fonte: Ministério da Saúde
No país inteiro, houve aumento de 4,8% em 2016 com relação a 2015, quando 13,3 mortes (a cada mil) foram registradas.
O Ministério da Saúde credita a alta mortalidade ao vírus zika e às mudanças socioeconômicas.
Dados recentes do órgão também mostram que a vacinação em crianças, um importante fator para a redução da mortalidade, atingiu o menor nível em 16 anos.
Na Bahia, por exemplo, 63 cidades não chegaram a vacinar, no ano de 2017, nem metade das crianças que compõem o público-alvo da imunização contra a poliomelite (paralisia infantil), que pode lavar à morte. Por conta disso, o Ministério informou que a Bahia é o estado brasileiro com maior risco de retorno da doença.
O último caso de poliomelite no estado foi registrado no final da década de 80, mas, como o vírus ainda circula no mundo, pode haver o risco de contaminação.
Zika
Desde 2015, o Brasil teve 351 mortes de fetos, bebês e crianças associadas ao vírus da zika, mostrou último boletim do Ministério, com dados coletados até 14 de abril de 2018.
Em relação às notificações — e não casos confirmados — os estados que apresentaram maior número foram: Pernambuco (175), Bahia (103), Rio de Janeiro (88), Minas Gerais (71) e Ceará (69).
G1 // AO