Com o início da entrega dos kits do Festival Virada 2023, ambulantes cadastrados se dirigiram à Arena Daniela Mercury, na Orla da Boca do Rio, local onde o evento será sediado, para fazerem a retirada dos materiais de trabalho.
No final da manhã de terça (27), a reportagem da Salvador FM esteve no local e acompanhou o drama da vendedora ambulante que disse não ter retirado isopor, mas kit consta como entregue. A ambulante Ana Lúcia Cardoso relatou ter saído do interior de Irará por volta das 5h30 da manhã para fazer a retirada do kit e, ao chegar ao local, foi informada que o seu kit havia sido entregue para uma pessoa que se identificou como sua filha.
“Não tenho filha mulher, só um homem. Eles não querem entregar o meu, mas como entregam um kit sem o documento original e sem a licença? Estou com o DAM pago em mãos, eles só disseram que entregaram o kit, mas não querem me entregar. Entregaram para uma pessoa que eu não conheço”, lamentou a ambulante.
Para a comerciante, a sensação é de raiva e muita frustração. “Sentimento de raiva e ódio porque não peguei meu kit e eles alegam que já retirei. Isso é falta de responsabilidade. Eles só dizem que já entregaram e que não tem como me entregarem outro”, contou a ambulante.
Em contato com a Secretaria Municipal de Ordem Pública (Semop), a pasta informou que a ambulante foi instruída a prestar um Boletim de Ocorrência para que a situação seja regularizada. disso, a Semop disse que haverá fiscalização durante o evento para impedir a atuação de vendedores não licenciados.
A pasta informou ainda que manteve contato com a Ambev que, segundo o órgão é responsável pela distribuição, mas não obteve retorno.
Desorganização
Já para a ambulante Érica Dias, que está no seu terceiro ano de vendas no festival, a situação é complicada para os vendedores. Segundo ela, apesar do valor do cadastro ter sido o mesmo, o número de caixas foi reduzido. “Sempre foram entregues duas caixas menores e uma grande. Este ano continuou o mesmo valor, mas foi entregue uma caixa grande e outra pequena. Isso acaba por atrapalhar, se antes eram três trabalhando, hoje são dois e isso é prejudicial”, contou a ambulante.
Outra queixa da comerciante foi em relação à redução dos bancos. De acordo com a ambulante, a quantidade de bancos também foi restringida: “Se acontecer de dois quebrarem, não tem outro para colocar. É uma coisa complicada, é como se existisse um pedestal”, explicou Érica.