Bahia

Ambientalistas criticam instalação de teleférico em área do Parque São Bartolomeu e organizam protesto

Confirmado pelo prefeito Bruno Reis durante pronunciamento na abertura dos trabalhos da Câmara Municipal, o projeto do teleférico que liga Campinas de Pirajá ao bairro de Praia Grande, no Subúrbio de Salvador, é visto com desconfiança por ambientalistas. Isso porque uma pilastra do equipamento passará pelo Parque São Bartolomeu.  

Reprodução / Instagram
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O projeto do teleférico que vai ligar os bairros de Campinas de Pirajá e Praia Grande, na periferia de Salvador, é visto com desconfiança por ambientalistas. Isso porque parte da estrutura do equipamento passará na área interna do Parque São Bartolomeu, conforme apontam projeções do modal. As cabines aéreas sustentadas por cabos serão atrativos turísticos com vista para a Baía de Todos-os-Santos.   

Segundo ambientalistas envolvidos na preservação do parque, a intervenção vai desmatar um trecho onde está localizado a Cachoeira de Oxumaré – território sagrado para as religiões de matriz-africana. 

“Infelizmente, a Prefeitura de Salvador acertou um projeto altamente destrutivo, tanto para a flora como para a fauna do Parque São Bartolomeu. Um ataque direto à nossa religiosidade e história”, afirma o estudante de Engenharia Florestal, Glauber Machado, do Instituto Ilha das Flores, em vídeo compartilhado nas redes sociais.

"Esta área do parque é religiosa, todos os elementos fazem referência aos Orixás, as pedras, as cachoeiras. É uma área cívica, local onde os indígenas e nossos irmãos africanos lutaram pela Independência da Bahia e do Brasil. Inclusive, região com maior número de observação da fauna e avifauna da Bacia do Cobre", destacou a página Parque Nacional São Bartolomeu, administrada por Glauber.

Para expressar contrariedade ao projeto, ambientalistas vão promover uma manifestação no próximo dia 10 de março.

Quem também criticou a ação foi a vereadora Marta Rodrigues (PT). Para ela, falta transparência e debate com a comunidade e com o Poder Legislativo. "Com um projeto dessa magnitude, com reais possibilidades de danos ambientais, sem diálogo e sem transparência, a Prefeitura escancara sua falta de interesse na participação popular e menospreza as preocupações da comunidade", opinou a vereadora. 

O Portal Salvador FM procurou a assessoria da Fundação Mário Leal Ferreira (FMLF), responsável pelo projeto, em busca de posicionamento sobre as críticas, mas ainda não recebeu resposta oficial.