Uma advogada baiana foi presa suspeita de participar de um esquema que facilitava a comunicação ilícita do chefe de uma organização criminosa, preso no Complexo da Papuda, em Brasília (DF), com pessoas fora da unidade prisional através de videochamadas.
A operação, realizada pela Polícia Federal e outros órgãos de segurança, cumpriu seis mandados de prisão e nove de busca e apreensão no Distrito Federal e na Bahia.
As investigações revelaram que várias pessoas envolvidas no esquema se passavam por advogados, que consentiam a “farsa”, para se comunicar por videochamada com o chefe da organização, na Papuda.
Presa em Serrinha
Na Bahia, um dos mandados de prisão temporária, por suspeita de participação em organização criminosa, foi cumprido contra a advogada Érica Priscilla da Cruz Vitorino. Ela foi presa em casa, na cidade de Serrinha, onde mora.
Érica é companheira de Marlos Araújo Souza Junior, conhecido como “Bolão”, “CRM” ou “JR”, considerado um indivíduo de alta periculosidade e alvo sensível do Sistema Prisional Baiano. Ele atualmente está preso no Conjunto Penal de Serrinha.
Além da prisão temporária por 30 dias, prorrogáveis, também foi aplicada a medida cautelar prevista no artigo 319, inciso VI, do Código de Processo Penal, que suspende o exercício da advocacia.
Em nota enviada à imprensa, a Ordem de Advogados do Brasil (OAB-BA) informou que a advogada é lotada na subseção de Juazeiro. “O Tribunal de Ética e Disciplina (TED) da OAB-BA está proibido por lei de se manifestar sobre processos disciplinares que porventura estejam tramitando, até o seu trânsito em julgado”, informou a Ordem.