Condenado a 20 anos e um mês de prisão por participação no chamado mensalão tucano, o ex-governador de Minas Gerais Eduardo Azeredo é considerado foragido da Justiça. A informação é da Polícia Civil de Minas Gerais, que, desde ontem (22), tenta cumprir o mandado de prisão expedido pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG).
Segundo a assessoria da Polícia Civil, os advogados do tucano começaram a negociar os termos de sua apresentação logo após os desembargadores da 5ª Câmara do TJMG negarem mais um recurso de Azeredo e determinarem sua imediata prisão.
Apesar das negociações, Azeredo frustrou as expectativas iniciais do delegado responsável pelo caso, Aloísio Fagundes, e não se apresentou na noite dessa terça-feira. De acordo com a Polícia Civil, as diligências policiais para localizar o ex-governador mineiro estão em andamento.
O recurso negado ontem era o último possível na segunda instância, permitindo a prisão de Azeredo. O relator do processo, Júlio Cesar Lorens, e o revisor, desembargador Alexandre Victor de Carvalho, votaram favoravelmente à rejeição dos recursos e pela decretação da prisão imediata do ex-governador, sendo seguidos pelos demais desembargadores.
Azeredo foi denunciado pelo suposto envolvimento em um esquema de corrupção montado para beneficiar sua campanha de reeleição ao governo mineiro, em 1998. Segundo o Ministério Público Federal (MPF), mais de R$ 3 milhões foram desviados de empresas estatais mineiras. Para o MPF, a prática dos crimes só foi possível por meio de "esquema criminoso" montado pelo publicitário Marcos Valério, condenado na Ação Penal 470, o processo do mensalão.
Em 2015, Azeredo foi condenado pelos crimes de peculato e lavagem de dinheiro pela primeira vez. Na época, ele foi sentenciado a 20 anos e 10 meses de prisão. Em agosto do ano passado, a condenação foi confirmada em segunda instância, mas a pena aplicada ao político foi reduzida em 9 meses, passando para 20 anos e um mês.
Em 2014, Eduardo Azeredo renunciou ao cargo de deputado federal, perdendo o foro privilegiado no Supremo Tribunal Federal – o que fez com que seu processo fosse remitido à Justiça de primeira instância, em Minas Gerais, retardando o julgamento.
Da redação com informações da Agência Brasil // ACJR