Convocadas com três meses de antecedência e contando pela primeira vez com políticos em sua organização, as manifestações contra a presidente Dilma Rousseff previstas para hoje têm um combustível adicional: os avanços nas investigações da Operação Lava-Jato contra o governo e o PT.
Por isso, os organizadores trabalham com a estimativa de que o público em mais de 400 cidades seja maior do que nos protestos anteriores. Há ainda a expectativa de que, em São Paulo, supere-se a marca de um milhão de pessoas na Avenida Paulista, alcançada um ano atrás. Eles esperam ainda que haja participação maior nas capitais do Nordeste, principalmente em Recife.
— A expectativa é muito grande. Estou até ansioso, porque a gente pode estar às vésperas das maiores manifestações da História do Brasil. Serão atos de uma dimensão muito grande — diz Rubens Nunes Filho, do Movimento Brasil Livre (MBL).
Ontem, em visita a Franco da Rocha, uma das cidades mais atingidas pelas chuvas na Grande São Paulo, a presidente Dilma Rousseff pediu que as pessoas evitem violência durante os protestos contrários ao seu governo.
— Para mim, é muito importante a democracia em nosso país. Acredito que o ato de amanhã (hoje) deve ser tratado com todo respeito. Não acho que seja cabível e acho um desserviço para o país qualquer ação que constitua provocação, sofrimento e ato de violência em qualquer espécie. Faço um apelo pela paz e pela democracia — pediu Dilma.
Para evitar conflitos, algumas capitais, como São Paulo, vetaram manifestações favoráveis a Dilma e ao ex-presidente Lula, convocadas para o mesmo dia.
Em Chapecó (SC), os protestos contra o governo começaram ontem mesmo. Segundo a Polícia Militar, a manifestação, que tomou as ruas do Centro da cidade, reuniu cerca de 12 mil pessoas. Os organizadores estimaram entre 25 e 30 mil participantes.
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