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“As prisões são o ‘home office’ do crime organizado”, diz Jungmann

“A União precisa ampliar as suas responsabilidades em coordenar e promover as ações entre os entes federativos”, afirmou.

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“As prisões são o ‘home office’ do crime organizado

Recém-empossado como ministro extraordinário da Segurança, Raul Jungmann afirmou em seu discurso no Palácio do Planalto que a nova pasta buscará coordenar as ações dos Estados e buscar “combater o crime organizado dentro da lei”. “A União precisa ampliar as suas responsabilidades em coordenar e promover as ações entre os entes federativos”, afirmou.

Com o ex-ministro da Justiça Alexandre de Moraes no palco, Jungmann citou uma frase do hoje ministro do Supremo Tribunal Federal e disse que o País “prende muito, mas prende mal”. “Nosso sistema carcerário cresceu 171% e o déficit de vagas hoje se encaminha para 400 mil vagas”, afirmou o novo ministro, que também citou que em 2016 os dados apontam para 61 mil mortes por conta do crime. “Essa é a mais pesada atribuição que já tive”, afirmou.

Em um tom “esperançoso”, Jungmann contou a história de uma mãe que o abraçou e agradeceu pela intervenção na segurança do Rio de Janeiro. “Quando a abracei, senti que era como se eu abraçasse grande parte do Brasil”, afirmou.

O ministro disse ainda que apenas 8% dos homicídios chegam a fase da denúncia e “o resto não é julgado” e que “foi dentro do sistema prisional brasileiro que surgiram as grandes quadrilhas que nos aterrorizam”. “As prisões são o ‘home office’ do crime organizado”, afirmou.

Jungmann disse ainda que dos R$ 81 bilhões gastos com segurança pública, o esforço maior ficou com os Estados e que esse sistema atual “exige e nos cobra um aperfeiçoamento”. O ministro afirmou também que “infelizmente” o País teve “uma banalização da Garantia da Lei e da Ordem” e que problema da segurança “se resolve na segurança e não na defesa”.

Estadão Conteúdo // /AO