Os presos que aguardavam dentro de viaturas em Porto Alegre por vagas no sistema prisional foram transferidos na noite de quarta-feira (26) pela Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe). Em alguns casos, a espera durou dias.
A madrugada foi tranquila nesta quinta-feira (27) em frente ao Palácio da Polícia, onde não eram vistas mais viaturas onde eram custodiados presos à espera de uma vaga no sistema prisional. Em duas delegacias que funcionam em regime de plantão, 20 presos eram abrigados.
A espera chegava dentro das viaturas chegava a durar dias, e policiais ficaram em frente ao local, inclusive, alimentando os detentos. Com isso, PMs que deveriam estar fazendo o policiamento da capital eram deslocados para a custódia dos presos.
“Esses policiais estariam fazendo operações na cidade, estariam atendendo chamados do 190, estariam fazendo a segurança da cidade, mas neste momento estão fazendo a custódia de presos nessa excepcionalidade”, afirmava o comandante do policiamento na capital, tenente coronel Mário Ikeda.
Os presos eram mantidos dentro das viaturas da Brigada Militar porque além da falta de vagas nas cadeias, as delegacias estavam superlotadas. Indagado se não haveria meio de colocar os presos dentro da carceragem da Polícia Civil, o delegado diretor da Divisão Judiciária de Operações, Marco Antônio Duarte de Souza, afirmava que “não sem correr risco de um motim, da morte de algum preso ou de uma tentativa de fuga, realmente não tem como”.
Em cidades da Região Metropolitana de Porto Alegre, como Viamão, Canoas, Gravataí, Novo Hamburgo e São Leopoldo, cerca de 60 presos esperavam a transferência para presídios.
Foi anunciada pela Secretaria de Segurança do Estado do Rio Grande do Sul a criação de um grupo de trabalho, além da construção de centros de triagem. “Já tem previsão de construção de dois centros de triagem, que são para 350, 400 lugares, um deles em Porto Alegre e outro em Charqueadas”, afirmou o secretário Cezar Schirmer.
Já a Susepe informou que trabalha para conseguir vagas nos presídios.
Reprodução: G1