Na esteira a esteira da operação Trapaça, que teve como alvo a BRF, dona das marcas Sadia e Perdigão, o governo federal vai passar a centralizar a fiscalização de frigoríficos. Em 2017, a Operação Carne Fraca revelou esquemas de corrupção envolvendo empresas e superintendências estaduais da Agricultura. Ontem, o ministro da Agricultura, Blairo Maggi, assinou regulamento que redistribui o comando das operações nos Estados para dez unidades do Sistema de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Sipoa). Hoje, ele pretende oficializar as normas desse novo desenho.
A mudança começou a ser gestada no ano passado, após a primeira fase da Carne Fraca, que detectou esquemas de corrupção entre frigoríficos e as superintendências estaduais, grande parte delas de indicação política. Para reduzir a influência desses superintendentes, a decisão sobre fiscalizações passará a ter mais influência federal.
Essa decisão será detalhada nesta quarta-feira, 7, em balanço que o ministro pretende divulgar sobre as medidas para melhorar a produção dos frigoríficos e a fiscalização após a Carne Fraca. Na noite de terça, técnicos passavam um pente-fino nos dados, pois Maggi quer ter certeza que sua equipe apertou os controles.
A intenção é traçar uma linha divisória entre a inspeção sanitária antes e depois da Carne Fraca. Após o escândalo do ano passado, disse o ministro, os frigoríficos envolvidos ficaram sob estrita vigilância. “Subimos muito a régua. Com isso, a ocorrência de salmonelas nocivas em carnes de aves exportadas devem ser apenas ‘episódios'”, explicou Maggi.
Estadão Conteúdo // AO