Um assalto a um ônibus da linha Alcântara- Niterói terminou pouco antes das 10h, após negociação da polícia com o sequestrador. Passageiros ficaram reféns desde as 8h50 na BR101, na subida da ponte Rio-Niterói, sentido Rio. Policiais militares e agentes da Polícia Rodoviária Federal participaram da negociação. De acordo com a PRF, os agentes faziam uma fiscalização na região, quando perceberam o motorista do ônibus fazendo sinal.
Às 9h09, o acesso à Ponte pela Av. do Contorno foi interditado por conta da ocorrência. Policiais do Batalhão de Operações Especiais (Bope) também foram acionados e participaram da ação. Uma mulher passou mal e foi liberada pelos criminosos. De acordo com a Polícia Rodoviária Federal, além dela, outras duas pessoas tinham sido liberadas até as 9h09.
Termina assalto com reféns em acesso à Ponte Rio-Niterói
De acordo com o tenente coronel Marçal, que participou da ação, o suspeito usou uma arma falsa para abordar os 30 passageiros do ônibus. A esposa do assaltante participou do processo de negociação e quis que a mulher entrasse no veículo, o que não foi permitido pelos policiais. Ainda segundo a polícia, no início se tratava apenas de um assalto, mas quando o criminoso percebeu que a polícia tinha sido acionada, resolveu fazer os passageiros reféns.
Uma mulher serviu de escudo para o suspeito durante a negociação. “Ele estava deitado no chão, na parte traseira do ônibus, com a mulher deitada na frente dele, para que garantisse a integridade física dele”, destacou o PM.
Ainda de acordo com o tenente-coronel Marçal, o sucesso do trabalho da polícia se deveu à paciência nas negociações. O PM contou ainda que nenhum refém foi agredido.
“Toda negociação é tensa, mas com muita paciência, conseguimos persuadí-lo de continuar esse sequestro e pouco a pouco ele foi liberando os passageiros. Primeiro, os mais nervosos, as mulheres e depois conseguimos que todos os passageiros fossem colocados em liberdade”, explicou o militar.
O acesso à Ponte Rio-Niterói foi totalmente liberado 10h09. O tempo de travessia para o Rio é de 17 minutos. O tempo em direção à Niterói não foi impactado e é de 13 minutos.
De acordo com o especialista em segurança Paulo Storani, é preciso que as forças policiais estejam atentas a criminalidade na região. Ele acredita que é preciso definir qual força policial vai gerir a crise.
“É preciso definir quem é o gestor da crise, quem vai negociar. Para que haja uma unidade de comando e protocolos sejam obedecidos. Mas é um fato que pode se tornar corriqueiro, que pode se tornar comum. Porque é muito comum o assalto a ônibus nessas linhas que partem de Alcântara e que também partem de Manilha para Niterói e que muitas vezes tomam a Ponte Rio-Niterói”, destacou Storani.
Bandidos fazem passageiros de reféns em ônibus no acesso à Ponte Rio-Niterói
A Polícia Militar confirmou, por meio de suas redes sociais, que a negociação está sendo realizada em parceria com a Polícia Rodoviária Federal. O Batalhão de Operações Especiais (Bope) também está no local.
Uma passageira que estava no ônibus estava ao lado, contou o que viu. “Eu estava no meu ônibus e esse ônibus que estava assaltado passou do meu lado, muito perto, e eu vi as pessoas lá dentro chorando, em pânico. O ônibus não estava lotado, não chegava a ter gente em pé, mas tinha muita gente. A polícia tentou parar o ônibus, mas pareceu que o bandido não deixou, ficou ameaçando uma refém e mandou o motorista não parar, aí o motorista tentou pegar a ponte, pra desviar da polícia”, conta a administradora de empresa Jane Sá, que estava na linha 535 Alcântara – Estácio e viu como tudo começou.
Reprodução/G1