Após a morte da estudante da Unicamp, Sandy Andrade Santos, a Prefeitura de Limeira (SP) anunciou que cedeu um prédio que fica próximo a Faculdade de Ciências Aplicadas (FCA), para a instalação do 5º batalhão da Polícia Militar. No entanto, no local, onde funcionava uma escola do Sesi, estava prevista a instalação de uma creche.
A decisão de deixar o projeto da creche para instalar o batalhão da PM é alvo de críticas de movimentos estudantis, pois há na cidade uma lista de espera por vagas com 854 crianças .
De acordo com Michelle Santos, integrante da Frente Feminista de Limeira, o tema provocou discussão entre os estudantes. “A gente foi informada que o batalhão entraria no lugar da creche na segunda-feira (3). Isso causou uma grande revolta”, disse.
A líder estudantil diz ainda que os movimentos estão discutindo qual será a posição a ser tomada diante da suspensão da instalação da creche, já que a pauta de reivindicação por segurança feita por eles não inclui apenas medidas que beneficiam a Unicamp, mas toda a cidade.
“ A gente entende que o problema de segurança não está restrito apenas a Unicamp e por isso a gente está tentando englobar algumas pautas da comunidade”, explica.
Em nota enviada ao G1, a Prefeitura de Limeira diz que Secretaria da Educação realizou um estudo técnico para avaliar se seria possível a instalação de uma creche no prédio onde funcionava a escola Sesi. Entretanto, o estudo apontou que não é viável por questões orçamentárias, pois várias adaptações teriam que ser feitas no prédio (que atendia o ensino fundamental) para abrigar uma creche.
Ainda de acordo com o comunicado, a Secretaria de Educação informou que existem projetos em estudo para a construção de novas creches na cidade.
A Unicamp diz que a transferência do 5º batalhão da PM para as proximidades da FCA é uma demanda que vem desde 2009 e que acredita que agora será atendida, porque o prefeito Mario Botion se comprometeu publicamente em ceder o prédio para PM.
A FCA é frequentada diariamente por 2.800 alunos de graduação e pós e está em funcionamento desde 2008 em Limeira. A unidade de ensino superior está com aulas suspensas desde a noite da última sexta-feira (31), quando a estudante de engenharia de manufatura Sandy Andrade Santos, de 21 anos, foi encontrada morta em uma trilha na cidade. A Polícia prendeu o jardineiro Marcelo Soares, que confessou ter matado a estudante.
O crime causou comoção entre os alunos que realizaram uma caminhada pelas ruas da cidade até a Prefeitura, onde se reuniram com autoridades de Limeira e apresentaram uma lista de reivindicações para melhorar a segurança na FCA e na região do bairro Santa Luzia.
O luto decretado pela Unicamp terminou na quarta-feira, mas em assembleia os estudantes decidiram realizar uma paralisação para pressionar autoridades a atender a pauta de reivindicações por mais segurança no campus e na cidade. Um nova assembleia será realizada na próxima segunda-feira (10) para decidir se os estudantes retornam ás aulas.
Reprodução/G1