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Após fracasso em redução de mortalidade por Covid-19, OMS encerra estudos com hidroxicloroquina e remédios para HIV

5.500 pacientes em 39 países foram recrutados até agora em seus ensaios clínicos

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A hidroxicloroquina não diminuiu mortalidade por Covid-19, segundo a OMS

A Organização Mundial da Saúde (OMS) afirmou neste sábado que estava interrompendo seus testes com o medicamento para malária hidroxicloroquina e o medicamento combinado contra o HIV lopinavir/ritonavir em pacientes hospitalizados com Covid-19, depois de eles não reduzirem a mortalidade. "Esses resultados preliminares mostram que a hidroxicloroquina e o lopinavir/ritonavir produzem pouca ou nenhuma redução na mortalidade de pacientes com Covid-19 hospitalizados quando comparados ao padrão de atendimento. Os investigadores do Estudo de Solidariedade interromperão os ensaios com efeito imediato", afirmou a OMS em comunicado, referindo-se a amplas análises em vários países que a agência está liderando.

A agência da ONU disse que a decisão, tomada por recomendação do comitê de condução internacional do estudo, não afeta outros estudos em que os medicamentos são usados para pacientes não hospitalizados ou como profilaxia. Outro braço do estudo liderado pela OMS está analisando o efeito potencial sobre a Covid-19 do remédio antiviral remdesivir, da Gilead. Na sexta-feira, a Comissão Europeia aprovou o uso condicional do medicamento, após ter se demonstrado que ele reduz o tempo de recuperação do hospital.

O estudo de solidariedade começou com cinco braços que analisavam possíveis abordagens de tratamento para a Covid-19: atendimento padrão; remdesivir; hidroxicloroquina; lopinavir / ritonavir; e lopanivir / ritonavir combinado com interferon.

O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, disse a repórteres na sexta-feira que quase 5.500 pacientes em 39 países foram recrutados até agora em seus ensaios clínicos e que os resultados provisórios são esperados em duas semanas. Cerca de 18 vacinas experimentais contra a Covid-19 estão sendo testadas em seres humanos entre quase 150 tratamentos em desenvolvimento.

Mike Ryan, principal especialista em emergências da OMS, disse na sexta-feira que seria imprudente prever quando uma vacina poderia estar pronta. Enquanto um candidato a vacina pode mostrar sua eficácia até o fim do ano, a questão era em quanto tempo poderia ser produzido em massa, disse ele.

No mesmo anúncio deste sábado, a OMS também relatou mais de 200 mil novos casos da doença no mundo pela primeira vez em um único dia. Os Estados Unidos foram responsáveis ??por 53.213 do total de 212.326 novos casos registrados na sexta-feira.

Reprodução: Extra

Redação do LD