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Após encontro no Alvorada, Renan diz que Dilma está 'bem e animada'

Presidente do Senado se reuniu com a petista a 6 dias do julgamento final

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Renan Calheiros falou com a imprensa após reunião com Dilma Rousseff (Foto: Gustavo Garcia/G1)

Após uma visita ao Palácio da Alvorada, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), afirmou nesta sexta-feira (19) que a presidente afastada Dilma Rousseff está "bem e animada" a seis dias do início do julgamento final do processo de impeachment.

O peemedebista relatou a repórteres, na saída da residência oficial, que Dilma confirmou a ele que comparecerá ao Congresso Nacional para se defender no processo de afastamento e que se colocará à disposição para responder a eventuais questionamentos.

Questionadas pelo G1, as assessorias de Dilma e Renan deram versões diferentes sobre quem havia pedido o encontro. Conforme os assessores da petista, foi o presidente do Senado quem solicitou a reunião. A assessoria de Renan, por sua vez, informou que foi Dilma que pediu a reunião.

No encontro, deu detalhes à petista de como será o julgamento final do impeachment no Senado. O julgamento da petista está marcado para começar na próxima quinta-feira (25). Segundo o cronograma do processo, Dilma deverá comparecer ao Senado na segunda (29).

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"A presidente [Dilma] vai comparecer, vai ficar à disposição para responder qualquer pergunta. E, do ponto de vista pessoal, como sempre, ela está muito bem, animada", destacou Renan ao final do encontro no Alvorada.

O ex-ministro da Fazenda Nelson Barbosa acompanhou a reunião na residência oficial. Ele foi escolhido pela defesa da presidente afastada, comandada pelo ex-ministro José Eduardo Cardozo, para ser uma das testemunhas de defesa no julgamento. Além de Barbosa, outras cinco testemunhas foram arroladas pela defesa da petista. Já a acusação listou duas testemunhas.

O depoimento das testemunhas é a primeira etapa do julgamento, prevista para ser concluída na sexta-feira (26). No entanto, existe a possibilidade de os depoimentos se estenderem e a etapa avançar pelo final de semana para que Dilma possa ser ouvida na segunda-feira.

Votação
Na entrevista que concedeu depois da reunião com Dilma, Renan Calheiros foi indagado se pretende votar no julgamento final do impeachment.

Por ser presidente da Casa, ele não votou na etapa em que os senadores decidiram instalar o processo para investigar se a petista havia cometido crime de responsabilidade.

Na segunda fase, na qual o Senado considerou que havia indícios suficientes para levar a petista a julgamento no plenário da Casa, Renan não votou por opção pessoal. Desta vez, ele disse que ainda não decidiu se irá votar.

"Como presidente do Senado, eu conduzi o processo com todo equilíbrio e isenção. Eu disse que pretendia não votar no julgamento. Eu estou, permitam-me, em pleno processo de decisão", enfatizou.

PSDB
Ao deixar o Alvorada, Renan Calheiros também falou sobre a relação entre o governo Michel Temer e o PSDB. Na últimas semanas, os tucanos têm reclamado de pretensões eleitorais para 2018 de integrantes do governo interino, incluindo o próprio Temer.

De acordo com o presidente do Senado, a relação do PMDB com o PSDB no governo Michel Temer não será “periférica” como a que ocorreu com os peemedebistas durante a gestão de Dilma. Ele assegurou que essa postura não será repetida pelo partido em relação ao PSDB, que está na base de sustentação de Temer no Congresso Nacional.

Tendo Michel Temer como vice de Dilma Rousseff, o PMDB esteve ao lado da petista ao longo dos seus primeiros quatro anos de governo. No entanto, insatisfeito com o tratamento da presidente afastada ao partido, no segundo mandato a sigla decidiu romper com o PT e foi figura fundamental para o processo de afastamento da petista ser levado adiante.

Para Renan, o PMDB tem “experiência” para nutrir um bom relacionamento com os tucanos.

“Esse espaço é fundamental, a participação mais direta do PSDB no governo, na definição de diretrizes, na especificação de políticas públicas e acho que o PMDB tem muita experiência para não repetir na relação com o PSDB a relação periférica  que o partido teve com o PT no governo anterior”, opinou.

Ainda nesta sexta-feira, Renan embarca para São Paulo, onde vai participar de um encontro com a equipe econômica de Michel Temer e lideranças do governo no Congresso. Entre elas, o senador Aloysio Nunes (PSDB-SP), líder do governo no Senado.

Reprodução/G1