A Polícia Federal indiciou o filho do governador do Pará, Alberto Jatene, pelos crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e participação em organização criminosa. Ele havia sido preso durante a operação "Timóteo" da polícia federal em 16 de dezembro, mas foi solto por um habeas corpus no dia 18 do mesmo mês. O G1 tenta contato com o advogado de Alberto, mas ainda não foi atendido.
Alberto Jatene é assessor jurídico do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas dos Municípios do Pará. Segundo a polícia, por conta do seu cargo ele teria recebido R$ 750 mil de um escritíorio de advocacia que intermediava contratos fraudulentos para exploração mineral no intuito de conceder vantagens ao grupo criminoso.
O governador do Pará, que cumpre agenda no interior do estado, não se manifestou sobre o indiciamento do filho. Na época da prisão, Simão Jatene (PSDB) publicou um vídeo nas redes sociais defendendo a conduta de Alberto.
"Como pai, eu não posso deixar de registrar a profundar dor e estranheza que me causou ver o nome do meu filho, cuja história não sugere ou registra qualquer desvio de conduta, figurar na referida operação. Preocupado em ser justo e não fugir à verdade, fiz questão de ler centenas de páginas para constatar que meu filho, Alberto, é mencionado poucas vezes e de forma absolutamente superficial, como se mostrará adiante", disse o governador na gravação.
24/02/2017 11h48 – Atualizado em 24/02/2017 11h58
Alberto Jatene, filho do governador do PA, é indiciado pela Polícia Federal
Ele responderá pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro.
Advogado e governo ainda não se manifestaram sobre caso.
Do G1 PA
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[Alberto Jatene, filho do governador do PA, é preso (Foto: Reprodução/TV Liberal)] Alberto Jatene, filho do governador do PA, ficou preso até o dia 18 de dezembro (Foto: Reprodução/TV Liberal)
A Polícia Federal indiciou o filho do governador do Pará, Alberto Jatene, pelos crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e participação em organização criminosa. Ele havia sido preso durante a operação "Timóteo" da polícia federal em 16 de dezembro, mas foi solto por um habeas corpus no dia 18 do mesmo mês. O G1 tenta contato com o advogado de Alberto, mas ainda não foi atendido.
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Alberto Jatene é assessor jurídico do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas dos Municípios do Pará. Segundo a polícia, por conta do seu cargo ele teria recebido R$ 750 mil de um escritíorio de advocacia que intermediava contratos fraudulentos para exploração mineral no intuito de conceder vantagens ao grupo criminoso.
O governador do Pará, que cumpre agenda no interior do estado, não se manifestou sobre o indiciamento do filho. Na época da prisão, Simão Jatene (PSDB) publicou um vídeo nas redes sociais defendendo a conduta de Alberto.
"Como pai, eu não posso deixar de registrar a profundar dor e estranheza que me causou ver o nome do meu filho, cuja história não sugere ou registra qualquer desvio de conduta, figurar na referida operação. Preocupado em ser justo e não fugir à verdade, fiz questão de ler centenas de páginas para constatar que meu filho, Alberto, é mencionado poucas vezes e de forma absolutamente superficial, como se mostrará adiante", disse o governador na gravação (veja vídeo abaixo).
O esquema criminoso
A operação Timóteo ocorreu em 11 estados e no DF. Ela foi batizada desta forma em referência a um dos livros da Bíblia. A organização criminosa, de acordo com a PF, agia junto a prefeituras para obter parte dos 65% da chamada Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (CFEM) repassada aos municípios. Em 2015, o CFEM acumulou quase R$ 1,6 bilhão.
Ainda conforme os investigadores, munidos das informações, os suspeitos entravam em contato com municípios que tinham créditos do CFEM junto a empresas de exploração mineral para oferecer seus serviços.
As investigações da Operação Timóteo apontam que a suposta organização criminosa era dividida em, pelo menos, quatro grandes núcleos:
– o núcleo captador, formado por um diretor do DNPM e pela mulher dele, que, segundo a PF, prospectavam prefeitos interessados em ingressar no esquema;
– o núcleo operacional, composto por escritórios de advocacia e uma empresa de consultoria registrada no nome da esposa do diretor do DNPM, que comandava o esquema de corrupção. Esse núcleo, afirma a PF, repassava valores indevidos a agentes públicos;
– o núcleo político, formado por políticos e servidores públicos responsáveis pela contratação dos escritórios de advocacia integrantes do esquema;
– o núcleo colaborador, que, conforme os policiais, era responsável por auxiliar na ocultação e dissimulação do dinheiro desviado. Entre os integrantes desse núcleo, diz a PF, está Malafaia, que recebeu dinheiro do principal escritório de advocacia responsável pelo esquema. A PF apura se ele emprestou contas bancárias da instituição que ele comanda para ocultar a origem supostamente ilícita do dinheiro.
Reprodução/G1