Brasil

Adriana Dias, que descobriu carta de Bolsonaro a neonazistas, morre aos 52 anos

Antropóloga se tornou um dos ícones nos estudos sobre células neonazistas no Brasil

Reprodução
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A antropóloga e pesquisadora Adriana Dias, um dos maiores ícones dos estudos sobre nazismo no Brasil, morreu neste domingo (29), aos 52 anos.

Ela lutava nas últimas semanas contra um tumor cerebral. Adriana também era uma notável militante pela pessoa com deficiência no país e um dos maiores nomes na área de doenças raras.

Ao longo de 15 anos, Adriana mapeou células neonazistas em todo o Brasil e seu estudo é referência para pesquisas na área e diversas matérias jornalísticas. 

Foi Adriana Dias que identificou uma carta de Jair Bolsonaro que foi publicada em portais neonazistas em 2004, onde ele se refere aos internautas como "razão da existência do seu mandato".

Mestre e Doutora em Antropologia Social pela Universidade de Campinas, Adriana se tornou uma importante representante da luta antifascista no Brasil e recebeu muitas homenagens. 

O Governo Federal, por meio de nota assinada pelo ministro dos Direitos Humanos e Cidadania, Sílvio Almeida, lamentou a morte da pesquisadora.

"Cientista, pesquisadora e doutora em Antropologia Social pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Adriana foi uma mulher com deficiência de referência para nós e nos estudos sobre neonazismo. Aguerrida ativista pelos direitos humanos, colaborou na efetiva denúncia de ações nazistas no Brasil. Feminista por ideologia, Adriana integrou a Frente Nacional de Mulheres com Deficiência. Foi também coordenadora da Associação Vida e Justiça de Apoio às Vítimas da Covid-19", diz a nota.

O Museu do Holocausto, espaço de educação e preservação da memória de vítimas do nazismo, também lamentou o falecimento de Adriana e fez uma postagem sobre a trajetória da pesquisadora.