Imagens exclusivas obtidas pelo RJ1 mostram os armamentos ostentados em prateleiras, em um dos quartos da casa de Ronnie Lessa, acusado de matar a vereadora Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes.
No mesmo local, a Polícia Civil encontrou um artefato semelhante a uma bomba-relógio. Todo o material foi apreendido pelos agentes e enviado para a perícia, que atestou serem réplicas.
A equipe também teve acesso, com exclusividade, ao momento exato no qual Ronnie Lessa foi colocado dentro do carro da polícia, logo depois de ser preso, na última terça-feira (12). Ele saía de casa, durante a madrugada, quando os policiais apareceram.
Na quinta-feira (14), Lessa, Élcio Queiroz e Alexandre Mota deixaram pela primeira vez, desde a prisão, a Delegacia de Homicídios e foram para o presídio de Benfica, onde ficaram durante quatro horas para serem ouvidos por um juiz.
Era uma audiência de custódia, para analisar a prisão em flagrante dos três por posse ilegal de armas. Ronnie Lessa confessou ser o dono das peças de 117 fuzis apreendidos na casa de Alexandre.
No momento em que foi preso, o ex-PM Élcio de Queiroz tinha duas pistolas, uma de uso restrito.
A defesa dele disse que ele tinha posse das armas e que ambas eram registradas. As três prisões em flagrante foram convertidas em prisões preventivas. Élcio e Lessa voltaram pra delegacia de homicídios.
Alexandre mota ficou em Benfica, e foi levado para uma cela.
Um relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), que identifica transações bancárias suspeitas, localizou um depósito de R$ 100 mil, em dinheiro, na conta de Ronnie Lessa.
O depósito foi feito na boca do caixa, no dia 9 de outubro de 2018, sete meses depois do crime.
A Justiça determinou, a pedido do Ministério Público, o bloqueio dos bens de Lessa e de Élcio, para garantir a indenização por danos morais e materiais às famílias de Marielle e Anderson.
Nesta sexta (15), os investigadores da DH esperam ouvir os depoimentos de Ronnie Lessa e Élcio Queiroz sobre a participação dois dois no caso.
Élcio é acusado de dirigir o carro usado no dia do crime.
Ainda na manhã desta sexta, o RJ1 falou com os advogados de defesa dos dois acusados.
A defesa de Lessa já disse que ele só vai falar em juízo. Já o advogado de Élcio afirmou que vai avaliar o pedido do delegado Giniton Lages para ouvir seu cliente na delegacia.
Depois desse procedimento, os dois devem ser levados ao presídio de Bangu, onde vão ficar presos em Regime Disciplinar Diferenciado.
Em Bangu, o Ministério Públicop afirmou que os dois vão aguardar a transferência para um presídio federal, em outro estado. Mas nem a unidade nema a data estão definidas.
G1 // AO