Quase 62% dos profissionais em segurança pública do País tiveram algum colega de trabalho assassinado em serviço – no caso de policiais militares, este número sobe para 73%. Quando o crime ocorreu fora do horário de trabalho da vítima, o número alcança 70%.
Os dados fazem parte da Pesquisa de vitimização e percepção de risco entre profissionais do sistema de segurança pública, divulgada pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública nesta quarta-feira, 29.
Por meio do preenchimento de um formulário eletrônico, o estudo foi realizado entre 18 de junho e 8 de julho de 2015, com a participação de 10.323 profissionais, distribuídos da seguinte forma: policiais militares (44,5%), civis (21,2%), federais (5,4%), rodoviários federais (5,8%), bombeiros (6,5%) e guardas municipais (16,6%).
A maioria dos entrevistados foi de homens (85,1%), contra 14,9% de mulheres. Em relação à faixa etária, a maior parte tem entre 25 e 40 anos (54,8%), seguido por aqueles que possuem entre 41 e 54 anos (40,1%).
Os números surpreendem não só pelos dados reais de violência contra a categoria, mas também ao número de profissionais que sofrem com a pressão do trabalho e temem ser vítimas dentro ou fora do serviço.
Do total, 75,6% dos entrevistados já foram alvo de ameaça durante o serviço e 53,1% fora dele. No ambiente de trabalho, 63,5% afirmaram que já foram vítimas de assédio moral ou humilhação e 36,7% foram acusados injustamente de praticarem algum tipo de ato ilícito.
A percepção dos agentes em relação ao risco também registrou índices consideráveis: 67,7% temem ser vítimas de homicídio em serviço e 68,4% têm medo disto acontecer fora do serviço. Apesar da maioria (38,4%) acreditar que corre mais risco de ser morto em serviço, dados do VIII Anuário Brasileiro de Segurança Pública dão conta que 75% das mortes registradas em 2013 ocorreram nos momentos em que as vítimas não estavam trabalhando.
Foto: Reprodução/A tarde