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36 morrem intoxicados em ataque a cassino nas Filipinas

Homem armado invadiu o resort em Manila, fez disparos e colocou fogo em cassino que funcionava no local. Imprensa diz que 36 morreram por intoxicação

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 src=O ataque no complexo Resorts World na capital das Filipinas, Manila, deixou dezenas de mortos na madrugada desta sexta-feira (2), no horário local. A rede britânica BBC, a Reuters e a France Presse (AFP) informaram que ao menos 36 pessoas morreram intoxicadas após um homem incendiar mesas no complexo.

A CNN afirma que a polícia voltou atrás e informou que 35 corpos foram encontrados no local. Não está claro se o agressor está entre eles. Os mortos estavam entre o 2º e o 8º andar do complexo do Resort World Manila, que abriga um hotel, um cinema, um cassino, restaurante e shopping.

O suspeito, que parecia atuar sozinho, armado com uma carabina M4, chegou até a área onde funcionava o cassino, no 2º andar, atirou com um rifle contra um monitor de televisão, espalhou gasolina em uma mesa de apostas e ateou fogo.

O homem atirou novamente em direção ao local onde as fichas de jogo eram guardadas e colocou várias fichas em uma mochila. De acordo com a polícia, o criminoso teria levado o equivalente a 113 milhões de pesos filipinos (2,3 milhões de dólares).

A ação provocou pânico entre as pessoas que estavam no local. Na fuga, ao menos 54 se feriram – alguns com gravidade. Tiros foram disparados, mas, segundo a polícia, ninguém foi atingido. Após os primeiros relatos de tiros e explosões ouvidos no complexo, o local foi isolado.

A ação foi reivindicada pelo grupo Estados Islâmico (EI), mas a polícia e o porta-voz da presidência afirmaram que não se trata de terrorismo, segundo a France Presse. O chefe da polícia nacional, Ronald dela Rosa, afirmou que que o incidente pode ter sido um roubo.

A polícia disse que o suspeito, após o ataque ao cassino, escondeu-se no quarto número 501, no quinto andar, enrolou-se em lençóis molhados com gasolina e ateou fogo. O corpo foi encontrado carbonizado. Após o incidente, a fumaça tomou conta do complexo. Para a polícia, ele buscava roubar 130 milhões de pesos filipinos (cerca de US$ 2,6 milhões) em fichas do cassino.

O chefe de polícia de Manila, Oscar Albayalde, afirmou o criminoso provavelmente era um estrangeiro. "Parecia caucasiano, falava inglês, alto e branco. Foi simplesmente um roubo e o mais provável é que tenha sido executado por um perturbado", declarou.

O presidente americano, Donald Trump, manifestou sua "tristeza" e suas condolências pelas vítimas do que classificou como ataque "terrorista". "É realmente muito triste o que está acontecendo em todo o mundo com o terrorismo. Nossos pensamentos e orações estão com os afetados", lamentou Trump.

Terrorismo?

O chefe da polícia nacional afirmou ainda que é possível que o grupo Estado Islâmico (EI) tenha assumido a autoria do ataque para ajudar em sua propaganda. Segundo Rita Katz, a diretora do Site Intel Group, grupo de monitoramento de grupos terroristas, um militante filipino do EI disse que "lobos solitários" seriam responsáveis por um ataque no local (veja abaixo). Não houve, no entanto, um comunicado pelos meios tradicionais do EI, como sua agência Amaq.

Um representante da Cruz Vermelha das Filipinas afirmou que pelo menos 25 pessoas se machucaram no incidente, de acordo com o jornal "Manila Times". Algumas das vítimas, segundo o relato, tiveram ferimentos graves porque pularam do segundo pavimento de um dos hotéis do complexo.

O Resorts World é um complexo que reúne hotéis, restaurantes, cassinos e lojas e está situado nas imediações do Aeroporto Internacional Ninoy Aquino, que atende a capital do país, Manila.

Em suas redes sociais, o hotel confirmou o incidente, e disse que a área está interditada. "Estamos trabalhando de perto com a Polícia Nacional das Filipinas para assegurar que nossos hóspedes e funcionários estejam em segurança. Pedimos suas orações durante esse momento difícil".

Também afirmou que a empresa seguiu os protocolos de emergência para garantir a segurança dos hóspedes e funcionários.

Crise de Segurança

Atualmente, as Filipinas vivem a maior crise em sua segurança interna em anos, e forças estatais tentam, há 10 dias, retomar o controle de Marawi, cidade no sul do país, onde há uma rebelião de jihadistas do grupo Maute, que jurou lealdade ao EI.

Nesta quinta (1º), um ataque aéreo a rebeldes islâmicos escondidos na cidade deixou 11 soldados do governo mortos e sete feridos. Um dos dois aviões que estavam bombardeando as posições rebeldes errou o alvo no centro da cidade.

Segundo a agência Associated Press (AP), 500 milicianos, entre eles combatentes estrangeiros, estão envolvidos no cerco à cidade, que começou junto com o mês sagrado do Ramadã.

Os combates tiveram início no dia 23 de maio, após o fracasso de uma operação militar para prender Isnilon Hapilon, líder do grupo jihadista Abu Sayyaf, também vinculado ao EI, e que permanecia protegido por membros do Maute. Naquele dia, o presidente das Filipinas, Rodrigo Duterte, anunciou a entrada em vigor da lei marcial na ilha de Mindanau.

A cidade é considerada um importante centro islâmico no sul das Filipinas. De acordo com a CNN, a batalha já provocou o deslocamento de 70 mil pessoas.

As autoridades reforçaram a segurança do Aeroporto Internacional Ninoy Aquino, próximo ao cassino, do Palácio de Malacañang – residência oficial do governo filipino -, embaixadas e ministérios, entre outros lugares de Manila.

Fonte: G1