Sindicatos e servidores públicos fazem protestos e paralisações nesta quarta-feira (15) contra as reformas trabalhista e da Previdência. Os transportes públicos pararam em várias capitais, e vias foram bloqueadas. Em alguns estados, como Pernambuco e Rio Grande do Norte, professores da rede pública decretaram greve por tempo indeterminado.
Veja a situação em cada estado:
Acre
Capital: O terminal urbano de Rio Branco ficou fechado por 20 minutos em protestos de sindicalistas contra as reformas trabalhista e da Previdência. O ato começou em frente ao Palácio de Rio Branco e deixou o trânsito na região central lento. O protestos terminou às 11h.
Interior: ao menos 70 escolas da rede de ensino estadual de Cruzeiro do Sul, além da agência de Correios, estão fechadas. Houve um protesto que reuniu 500 pessoas, segundo organizadores. A Polícia Militar não acompanhou o ato.
Alagoas
Capital: rodoviários e servidores públicos de diversas categorias paralisaram as atividades. Os ônibus que têm como trajeto o Centro não circularam na região até as 12h desta quarta. Manifestantes se reuniram no centro de Maceió e o ato terminou por volta das 13h15. A estimativa da Central Única dos Trabalhadores (CUT) é que 10 mil pessoas participaram do ato. A Polícia Militar fala em 5 mil.
Interior: manifestantes do Movimento dos Sem-Terra bloquearam trechos da BR-101 nos municípios de Novo Lino, Flexeiras e Junqueiro. O assessor do MST informa que também há bloqueios em União dos Palmares, Maragogi e Piranhas, mas que a interdição acontece em apenas uma faixa da via, para panfletagens contra as medidas do governo federal. Também foram registrados protestos em Redenção, Paragominas, Parauapebas e Altamira.
Amapá
Capital e interior: Funcionários dos Correios paralisaram atividades das agências. Em Macapá, 50% dos funcionários estão trabalhando e os serviços são mantidos. Em cidades como Mazagão e Serra do Navio, a paralisação é total. As escoals estaduais aderiram à paralisação, e o movimento de professores e funcionários foi parcial em algumas unidades, segundo o Sindicato dos Servidores Públicos em Educação do Amapá (Sinsepeap). Veja a lista de escolas que comunicaram paralisação parcial ou total.
Amazonas
Capital: sindicatos e trabalhadores de várias categorias protestaram na Zona Oeste e no Centro de Manaus desde as 9h. No ato organizado por professores, 300 educadores aderiram, segundo a organização. A Polícia Militar estimou 200. Já no protesto organizado por servidores federais, 100 estiveram presentes, de acordo com os organizadores. Já a PM disse que o ato reuniu 30 pessoas.
Bahia
Capital: houve protesto na Avenida ACM por volta das 7h30. As pistas foram liberadas às 11h15. Segundo organizadores, 10 mil pessoas participaram da mobilização. A PM informou que não dará estimativas de público. O trânsito ficou caótico na região. As escolas da rede pública e algumas da rede privada estão fechadas.
Interior: cidades como Barreiras, Vitória da Conquista e Feira de Santana tiveram protestos contra a reforma da Previdência na manhã desta quarta-feira. Houve passeatas, escolas fecharam e bancos iniciaram o expediente mais tarde.
Ceará
Capital: sindicatos de várias categorias fazem ato no Centro de Fortaleza e paralisaram atividades. Eles se concentraram por volta de 8h na Praça da Bandeira. Em seguida, caminharam Centro. A organização divulgou que a mobilização reuniu cerca de 30 mil participantes. A Polícia Militar não divulgou público. Os rodoviários interromperam o tráfego na Avenida do Imperador e Avenida Tristão Gonçalves. Os protestos da categoria começaram por volta de 6h30. Eles também realizaram protesto no Terminal do Papicu. O sindicato não informou número de rodoviários paralisados e ônibus afetados.
Distrito Federal
Um grupo de sem-terra ocupou na madrugada o Ministério da Fazenda, em Brasília. De acordo com o grupo e a Polícia Militar, havia 10 mil pessoas no ato às 12h. Manifestantes falam em 7 mil. Houve depredação no prédio, que teve vidros quebrados, segundo a PM. Parte dos manifestantes também caminha pela Esplanada dos Ministérios.
Espírito Santo
Capital: sindicatos começaram a protestar por volta das 7h, na Praça de Goiabeiras e vão seguir até o aeroporto da capital. A organização informou que são 6 mil manifestantes. Já a Polícia Militar ainda não fez a contagem. Na Assembleia Legislativa do Espírito Santo (Ales), um grupo liderado pela União dos Policiais do Brasil (UPB) também protesta. A organização estima 100 manifestantes. A PM não deu números. Por causa dos protestos, as principais vias de Vitória ficaram congestionadas.
Goiás
Capital: manifestantes começaram o protesto diante da Assembleia Legislativa de Goiás (Alego) por volta das 8h e depois seguiram para a Praça Cívica, onde terminaram o ato. Por volta das 11h40, as organizações estimavam que participam cerca de 12,5 mil pessoas. A Polícia Militar informou que eram cerca de 12 mil.
Mato Grosso
Capital e interior: Professores, agentes prisionais e outros servidores públicos do estado pararam as atividades. O sindicato dos docentes disse que a paralisação é de 100% e atinge servidores da rede estadual e municipal, o que representa mais de 100 mil trabalhadores. O sindicato de agentes penitenciários diz que mantém 30% do efetivo trabalhando.
Mato Grosso do Sul
Capital: ônibus não circulam nesta manhã. Desde às 6h30 (de MS), professores e sem-terra bloqueiam o km 368 da BR-163, em Nova Alvorada do Sul. Cerca de 200 pessoas participam, segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF). Por volta das 10h, começou um protesto na Praça Ary Coelho. Segundo a organização, participam aproximadamente 20 mil pessoas. A Polícia Militar (PM) fala em 15 mil. Por causa do movimento, o trânsito está complicado na região central da capital.
Interior: Em Dourados, cerca de 44 mil alunos da rede municipal e estadual de ensino devem ficar sem aulas.
Maranhão
Capital: manifestantes começaram a se reunir às 9h na Praça Deodoro. Segundo a organização, cerca de 1 mil pessoas participaram da manifestação; a PM não divulgou estimativa.
Minas Gerais
Capital e região metropolitana: centros de saúde, escolas municipais e estações de metrôs estão fechados. Algumas escolas privadas também estão sem aulas. A limpeza urbana parou por um dia. Às 9h10, petroleiros protestaram em frente à Refinaria Gabriel Passos. Um protesto contra a reforma da Previdência começou na Praça da Estação, durante a manhã, ocupou a Praça Sete e chegou à Assembleia Legislativa por volta das 12h15. A CUT diz que 100 mil participam do ato; a PM não divulga estimativas. Também houve ato no km 483 da Rodovia Fernão Dias, em Betim, que foi liberado às 8h10. Ônibus circulam normalmente.
Interior: alguns serviços em Uberaba e Uberlândia, como bancos, Correios e escolas municipais e estaduais, estão interrompidos. Escolas nas regionais de Varginha, Poços de Caldas e Pouso Alegre estão sem aulas. Em Juiz de Fora, manifestantes estão na Praça da Estação desde as 9h. Organizadores falam em 30 mil participantes; a PM não divulgou estimativa. Houve protesto em Governador Valadares, Montes Claros e São Francisco.
Pará
Capital: manifestantes se concentraram na Praça da República às 10h50 e seguiram para a sede do INSS, no bairro de Nazaré. O protesto terminou por volta das 13h e, segundo a organização, reuniu 6 mil pessoas. A Polícia Militar estima que eram 1,5 mil.
Interior: trabalhadores paralisaram as atividades e fizeram uma manifestação em Santarém. De acordo com a coordenação, aproximadamente 350 pessoas participaram; PM não divulgou estimativas.
Paraíba
Interior: Sindicatos de várias categorias paralisaram nesta quarta-feira (15) as atividades em Campina Grande. Também houve caminhada de protesto.
Paraná
Capital: ônibus não circulam e a coleta de lixo está parada. Professores da rede estadual e metalúrgicos também aderiram à mobilização nacional. Manifestantes se reuniram na Praça Santos Andrade e depois seguiram em caminhada pelo Centro de Curitiba. O destino da passeata é a Praça Nossa Senhora da Salete, em frente à sede do governo estadual. Sindicalistas disseram que 15 mil participaram do ato; a PM estimou 4 mil manifestantes na praça e que 7 mil na caminhada. Além disso, 35 agências bancárias e unidades administrativas ficaram fechadas.
Ônibus não saíram das garagens na manhã desta quarta-feira (15) (Foto: João Salgado/RPC)
Pernambuco
Capital: o metrô interrompeu a operação às 9h, e só vai voltar a funcionar em horário de pico, das 16h às 20h. O VLT não funciona hoje, mas os ônibus circulam normalmente. Parte das escolas municipais estão fechadas. Professores do estado decretaram greve em assembleia feita na Praça Oswaldo Cruz, no Recife. Por volta das 13h terminou o ato que acontecia na capital. Segundo uma das organizadoras, cerca de 40 mil pessoas participam do protesto. A Polícia Militar não divulgou números.
Interior: manifestantes protestaram no centro de Caruaru. O ato começou às 8h e terminou por volta das 10h. De acordo com a organização, participaram cerca de 1.500 pessoas participaram. A Polícia Militar estimou 200 pessoas.
Piauí
Capital: servidores protestam em três pontos de Teresina. No centro, o ato está concentrado diante do INSS. Diversos ônibus ficaram parados. Os outros atos foram no Teatro Arena e diante da Assembleia Legislativa do Piauí (Alepi). Agentes penitenciários do Piauí iniciaram às 0h uma paralisação. Por 24 horas, estarão suspensas visitas e saída de presos para audiência ou transferência. Um protesto acontece em frente à Casa de Custódia de Teresina.
Rio de Janeiro
Capital: linhas de ônibus, trem e metrô funcionam normalmente. Escolas municipais, estaduais e particulares ficam sem aulas por um dia. Algumas vias foram bloqueadas por manifestantes, como a Avenida Rio de Janeiro e a Avenida Brasil – ambas na região Portuária. Às 12h, uma manifestação de professores de um colégio da rede particular deixava o trânsito lento na Rua Pinheiro Machado, em Laranjeiras, na Zona Sul do Rio. Algumas agências bancárias do Centro do Rio, principalmente as localizadas nas avenidas Presidente Vargas e Rio Branco, permaneceram fechadas nesta manhã.
Interior: creches e escolas de Nova Friburgo e Petrópolis estão fechadas. No Sul do estado, houve protestos em Volta Redonda, Barra Manda e Resende. No Norte, manifestantes bloquearam o trânsito na BR-356 em Campos dos Gaytacazes por volta das 6h. O trânsito ficou parado por 3 horas. Algumas escolas não tiveram aulas e houve um ato no Centro.
Rio Grande do Norte
Capital: ônibus municipais pararam de circular por volta das 11h. Os veículos estão parados perto do viaduto do Baldo, na Zona Leste de Natal. Professores da rede estadual e municipal decretaram greve. Agências bancárias do centro só funcionam a partir das 12h. Servidores da Saúde paralisaram as atividades depois das 7h e mantiveram apenas os serviços essenciais de emergência.
Rio Grande do Sul
Capital e região metropolitana: manifestantes bloquearam a ERS-239, entre entre Sapiranga e Novo Hamburgo. O ato durou uma hora pela manhã. Serviços de ônibus e trens funcionam normalmente em Porto Alegre. Nos arredores da Rodoviária de Porto Alegre foi realizado um protesto sem bloqueio do trânsito e outro em frente à garagem da empresa pública de ônibus da capital, a Carris.
Interior: foram registrados bloqueios na BR-116 e ERS-122 em Caxias do Sul. Os trechos já foram liberados. No trevo de São Lourenço do Sul, na altura do km 465, entre a BR-116 e a ERS-265, no Sul do estado, 150 manifestantes protestam e dizem que vão permanecer no local até às 14h.
Bloqueio registrado mais cedo na rodovia ERS-122, em Caxias do Sul (Foto: CRBM/Divulgação)
Rondônia
Capital: sindicatos de várias categorias, como professores, metalúrgicos e outros funcionários públicos, paralisaram as atividades em Porto Velho. Uma manifestação começou a se concentrar na Praça da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré às 8h30 e uma marcha que saiu do local às 9h55, sem previsão para término.
Interior: quase 90% dos funcionários da agência dos Correios de Vilhena pararam as atividades. Os servidores se reuniram do lado de fora da unidade às 7h30 e ficaram no local até às 11h. Escolas da rede estadual e municipal de Ariquemes estão sem aulas.
Roraima
Capital: manifestantes filiados à Frente Sindical, Popular e de Lutas de Roraima fizeram um protesto no Centro Cívico de Boa Vista, que começou às 8h30 e terminou por volta das 13h. A organização e a Polícia Militar estimam que 1,5 mil pessoas participaram do ato.
Santa Catarina
Interior: ao menos quatro cidades catarinenses – Tubarão, Itajaí, Chapecó e Joinville –, tiveram protestos de trabalhadores.
São Paulo
Capital e região metropolitana: ônibus e metrô pararam no início da manhã. A circulação dos coletivos voltou a funcionar parcialmente por volta das 8h30. O metrô funciona parcialmente ao longo do dia. Vias foram bloqueadas. Cerca de 1 mil motoboys fizeram protesto pelas ruas da cidade por volta das 14h.
Interior: escolas foram fechadas em Campinas, São José do Rio Preto, Araçatuba, Itapetinga, Ribeirão Preto, Franca, São Carlos,Piracicaba, Capicavi, São Pedro e Limeira. Houve ainda protestos na região de Piracicaba, em Presidente Prudente e Bauru. Parte do transporte público parou em Sorocaba, Mogi e Poá. Metalúrgicos fecharam a Dutra em São José dos Campos por uma hora nesta manhã. O ato também atrasou a circulação de ônibus em São José dos Campos. Carteiros do Vale do Paraíba deflagraram greve.
Litoral: ônibus ficaram sem circular em 9 cidades da Baixada Santista, das 5h às 7h. Houve protestos no Porto de Santos e na Refinaria Presidente Bernardes.
Manifestantes ateiam fogo e param a Dutra em São José (Foto: Divulgação/Sindicato dos Metalúrgicos)
Sergipe
Região metropolitana: professores e funcionários da Universidade Federal de Sergipe (UFS), em São Cristóvão, impedem a entrada de veículos na instituição. Sindicato diz quehá 70 manifestantes no local; a PM não fez estimativa.
Tocantins
Capital: manifestantes saíram em protesto pela avenida JK. Cerca de 2 mil pessoas estão participando, segundo a organização. Já conforme a PM, são 1,5 mil participantes.
Interior: atos são realizados nas cidades de Arraias, Dianópolis, Porto Nacional e Araguaína.
Reprodução: G1