Os médicos da UPA San Martin, juntamente com todo o quadro de funcionários que compõe o serviço de saúde de Pronto Atendimento 24h, estão denunciando publicamente a crise em que se encontra a unidade. A partir do dia 8 de setembro, os médicos fazem paralisação, por tempo indeterminado. Até que restabeleça o que foi acordado com a Prefeitura, serão atendidos apenas pacientes com risco iminente de morte.
A UPA San Martin sofre, neste momento, um verdadeiro desmonte. A gestão emergencial do Instituto Brasileiro de Desenvolvimento da Administração Hospitalar (IBDAH) está impondo a redução de pessoal e restringindo os atendimentos.
Essa situação ganha destaque ainda maior porque dados recentes da própria Prefeitura mostram que San Martin é a segunda UPA na cidade em números. A população tem ali, em média, cerca de 7900 atendimentos por mês.
O IBDAH foi contratado pela Prefeitura para gerir a UPA, até abertura de nova licitação, desde o afastamento do Instituto Médico Cardiológico da Bahia (IMCBA), que foi interditado por ser investigado pela Polícia Federal, por fraude, na Operação Copérnico.
As atitudes do IBDAH contrariam o que foi acordado em reunião com a Secretaria Municipal de Saúde, quando da mudança temporária de administração, de que o quadro de funcionários não sofreria alteração independente qual empresa assumisse a nova gestão.
A nova administração, iniciada no dia 19 de agosto, anunciou logo um “período de transição”. Alegando redução no valor do contrato, deixa a UPA sem materiais básicos para o funcionamento, impedindo que a população tenha o atendimento prestado da forma como a Portaria Ministerial 342/GM/MS estabelece.
Essa tal “transição” chega ao cúmulo de permitir que equipamentos estruturais sejam retirados pelas empresas locadoras. Até impressoras foram levadas, impedindo a documentação de resultados de exames, por exemplo.
O quadro de funcionários está sendo reduzido drasticamente. O número de enfermeiros foi cortado de seis para quatro por plantão. Os técnicos de enfermagem caíram de quatro ou cinco para dois por plantão e até maqueiros e agentes de portaria estão sendo demitidos.
De forma impiedosa e desumana essas demissões estão sendo feitas sem comunicação prévia, muitos profissionais só ficam sabendo que foram dispensados quando conferem a escala do mês e não encontram seus nomes.
No dia 1º de setembro, faltando quatro horas para assumir o plantão, um dos médicos que compunha a escala noturna foi avisado pelo então coordenador médico que não precisaria ir ao plantão porque a escala de médicos foi reduzida de três para dois médicos no turno noturno. A escala com três médicos já deixa um tempo de espera fora do ideal para um bom fluxo na rede de atenção as urgências e emergências, com a redução isso só tende a piorar.
É inadmissível esse tratamento com os profissionais, principalmente porque vai incorrer em desassistência frente a uma população que luta por atendimentos num sistema que beira a falência.
Revindicações:
1) Readmissão imediata dos médicos e demais funcionários demitidos (enfermeiros, técnicos de enfermagem, maqueiros, agentes de portaria)
2) manutenção do quantitativo original da equipe médica (3 clínicos, 2 pediatras e um ortopedista nas 24 horas
3) contratação pela CLT (assinatura da carteira profissional), com o salário atual.
4) provimento imediato de materiais, medicamentos e equipamentos (desfribiladores, ventiladores artificiais, impressoras, etc).
Fonte: Sindmed