Bahia

Sesab envia alerta epidemiológico sobre doença misteriosa

Pelo menos 11 pessoas foram atendidas nas últimas semanas em Salvador e no município de Valença com sintomas de uma doença misteriosa que causa fortes dores musculares e deixa a urina preta.

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Veja o alerta epidemiológico que a Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab), através da Diretoria de Vigilância Epidemiológica, enviou para as unidades de saúde.

ALERTA EPIDEMIOLÓGICO
Os Centros de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde da Bahia e de Salvador
(CIEVS-BA e CIEVS Salvador) alertam as unidades de saúde de Salvador frente à
ocorrência de casos suspeitos de uma possível variante de mialgia epidêmica.
No dia 14 de dezembro foram notificados por uma unidade hospitalar de Salvador, nove
casos suspeitos de mialgia epidêmica em pessoas de três diferentes famílias: família 1
(N=4); família 2 (N=3) e família 3 (N=2). Os casos foram atendidos e internados em uma
unidade de saúde localizada em Salvador, nos dias 02 e 10 de dezembro, apresentando
quadro clínico caracterizado por início súbito de fortes dores em região cervical, região do
trapézio, seguido por dores musculares intensas nos braços, dorso, coxas e
panturrilhas. Todos os pacientes apresentaram elevações significativas das enzimas
musculares, sem febre, artralgia ou cefaléia. A doença apresentou rápida disseminação entre
os familiares, o que sugere que a transmissão ocorra através de contato ou gotículas.
Sendo o quadro clínico apresentado compatível com uma variante da Síndrome de Mialgia
Epidêmica – geralmente causado por um Echovirus, o CIEVS-BA e o CIEVS/Salvador
emitem o presente alerta epidemiológico com recomendações de condutas e orientações
para as equipes de saúde hospitalares e de emergência da capital, objetivando elucidar o
evento, verificar ocorrência de outros casos, investigar em tempo oportuno e adotar medidas
cabíveis.
1. Sobre a doença
A mialgia epidêmica também é conhecida como Doença de Bornholm. A dor muscular é
causada por uma infecção viral e afeta a parte superior do abdômen e do tórax inferior. A dor
é caracterizada como espasmódica e desenvolve-se de repente, piorando a cada movimento
e respiração profunda, causando falta de ar para o indivíduo afetado (no surto em questão os
casos não apresentaram comprometimento respiratório). Por vezes provoca dor abdominal,
febre, dor de cabeça, dor de garganta e dores musculares. A transmissão ocorre por meio
fecal-oral ou, menos comumente, de pessoa-pessoa, através de gotículas ou objetos
contaminados.

2. Da Notificação
?Notificar através de email (contatos abaixo) os casos que apresentem os seguintes
sinais e sintomas: fortes dores em região cervical e do trapézio, de início súbito,
seguido de dores musculares intensas nos braços e/ou dorso, e/ou coxas, e/ou
panturrilhas, sem causa aparente.
?Realizar busca ativa de casos compatíveis nos prontuário dos pacientes atendidos a
partir de 1º de novembro de 2016. Se forem identificados casos compatíveis nesse
período, ampliar a busca para o mês anterior.
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3. Do Laboratório
?Realizar coleta de amostras de soro e fezes para exame laboratorial para pesquisa de
arbovírus e de enterovírus, respectivamente.
?Encaminhar as amostras para o LACEN Estadual, aos cuidados de Francisco Barroso,
acompanhadas pela ficha de notificação individual do SINAN, devidamente
identificadas: “suspeita de mialgia epidêmica”
?A amostra deve ser mantida em refrigeração até o momento de envio ao laboratório,
que não deve ultrapassar 24 horas.
4. Do Tratamento
A doença não possui tratamento específico. Na ocorrência de casos suspeitos,
recomenda-se exame para dosagem de creatinofosfoquinase (CPK) ou TGO para
observação do aumento das enzimas musculares. Observar a cor da urina (escura)
como sinal de alerta e o desenvolvimento de rabdomiólise, pois neste caso, o
paciente deve ser rapidamente hidratado durante 48 ou 72 horas, além de não ser
indicado o uso de antiinflamatórios e ácido acetil salicílico (AAS).
5. Da prevenção
?Orientação à população quanto aos modos de transmissão.
?Cuidados com a higiene dos objetos e lavagem das mãos.
?Indivíduo com suspeita de infecção não deve circular em ambientes públicos e
fechados.

6. Contatos para informações adicionais
? Coordenação de Investigação e Informações Estratégicas de Vigilância em
Saúde (Cievs/BA) – Tel: (71) 3116-0018/37 (8 às 18h); 9994-1088 (plantão)
[email protected]
? Centro de Informações Estratégicas Vigilância em Saúde (CIEVS/SSA)
Tel: (71) 3202-1721/1722; (71) 99982-0841 (plantão)
[email protected]

Fonte: Sesab