Tragédia no Centro Histórico

'Não tínhamos capacidade de dizer que era motivo de desabamento', explica administrador do convento

Parte da estrutura do local desabou, causando a morte de uma jovem

Foto: Vagner Souza/PS Notícias
Foto: Vagner Souza/PS Notícias

Responsável administrativo da Igreja São Francisco de Assis, o frei Pedro Júnior explicou o motivo do equipamento continuar funcionando, em meio a riscos. Parte da estrutura do local desabou nesta quarta-feira (5), causando a morte de uma jovem.

Em entrevista coletiva na manhã desta quinta-feira (6), o frei explicou que, ao perceber a modificação na estrutura, notificou apenas o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), pois não sabia sobre a necessidade de informar à Defesa Civil de Salvador (Codesal).

“Como nós somos leigos no assunto sobre estrutura, a gente não tinha capacidade de dizer que aquela fissura era motivo de desabamento e que a gente agora iria tirar as pessoas de dentro. A gente fez a carta para o pessoal do Iphan e não para a Defesa Civil, porque a gente não mensura que aquilo vai cair a qualquer momento”, lamentou.

Segundo o frei Pedro Júnior, a carta enviada na segunda-feira (3) foi o primeiro alerta sobre o teto, mas, anteriormente, o órgão já havia sido notificado sobre outras questões envolvendo o convento. Ele afirma que, dessa vez, quem o alertou foram trabalhadores que perceberam a mudança da estrutura.

“É um olhar leigo de quem mora aqui, de quem está a todo momento dentro da casa. E quem nos alertou mais sobre essa fissura que estava aumentando foram os próprios trabalhadores que estão aqui durante o tempo de trabalho. Eles também, no olhar leigo, falaram pra gente, e a gente atuou dessa forma”, explicou.

Além disso, o administrador afirmou que não percebeu nenhum tipo de risco aparente. Entretanto, a Defesa Civil afirmou que só irá autorizar a reabertura da igreja quando os reparos estruturais forem realizados

“Nós vamos seguir a Defesa Civil que tem algo mais técnico pra gente. O que a gente pode falar é de algo mais religioso, mas como não se trata apenas de algo apenas religioso, se trata de vidas, mesmo que chegue até nós, com certeza nós vamos fazer aquilo que nos for pedido”, afirmou.