Interditada

Igreja de São Francisco segue interditada após um mês do desabamento

As missas da igreja foram transferidas para a Ordem Terceira, que fica ao lado do templo

Foto: Divulgação/Defesa Civil
Foto: Divulgação/Defesa Civil

Completou, nesta quarta-feira (5), um mês desabamento de parte do teto da Igreja de São Francisco, conhecida como “Igreja de Ouro”, localizada no Pelourinho. A igreja segue interditada após o ocorrido.

O desabamento resultou na morte da turista Giulia Panchoni Righetto, de 26 anos, natural de Ribeirão Preto, no interior de São Paulo. Assim, a jovem passeava pelo Centro Histórico de Salvador com o namorado e um casal de amigos. As outras três pessoas não ficaram feridas.

Com um mês do ocorrido, nenhum escombro ou item artístico religioso foi retirado. Dessa forma, somente uma empresa especializada e autorizada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) deve realizar o transporte por se tratar de um patrimônio tombado.

A Polícia Federal informou que ainda não há previsão para encerrar as investigações do desabamento do teto da igreja.

Além disso, os fiéis acompanham as missas na Ordem Terceira, localizada ao lado do templo religioso, enquanto a Igreja de São Francisco de Assis está interditada.

Iphan apontava estado de conservação ‘ruim’

Considerada uma das Sete Maravilhas de Origem Portuguesa do mundo, a Igreja e Convento de São Francisco recebeu a última fiscalização do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em junho de 2023, ou seja, há mais de um ano e meio. Na ocasião, portanto, o Iphan destacou o local com “condição de conservação ruim”, conforme explicado no Relatório de Bens Materiais.

Ainda em junho de 2023, fecharam parcialmente a igreja para restaurar o pináculo direito. A estrutura, uma cúpula de metal que pesa cerca de uma tonelada e meia, apresentava risco de queda.

Além disso, em outubro de 2024, o Iphan projetou um investimento de R$ 1,2 milhão para a restauração da Igreja e Convento de São Francisco. Dessa forma, autoridades assinaram a ordem de serviço para execução dos reparos em reunião com a presença do superintendente do Iphan na Bahia, Hermano Guanaes e Queiroz. Representantes das secretarias de Cultura do Estado da Bahia e da Prefeitura Municipal de Salvador também participaram, além do guardião do templo, Frei Pedro Júnior Freitas da Silva.

Vale destacar que por ser um patrimônio tombado, um bem que foi reconhecido pelo poder público como merecedor de proteção especial, a Igreja de São Francisco de Assis deve seguir um protocolo para iniciar uma restauração. Assim, a comissão técnica do Iphan deve avaliar e aprovar o projeto da obra, que avalia o nível de preservação do bem e autoriza a construção.

História da Igreja de São Francisco de Assis

Conhecida com “Igreja de Ouro”, a Igreja de São Francisco de Assis é uma das Sete Maravilhas de Origem Portuguesa do Mundo. Fundada no início do século 18, ela é dona de uma beleza singular, com revestimento de ouro. Assim, Governo Federal reconheceu a relevância do local sagrado ao tombá-lo como patrimônio material do Brasil.

Dessa forma, fiéis consideram as estruturas do templo uma das mais singulares e ricas expressões do Barroco brasileiro. Além do interior revestido em ouro, a igreja tem o teto com afrescos em diferentes formas geométricas. Ela possui um claustro com mais de 50 mil azulejos, que reproduzem o nascimento de São Francisco. As paredes são revestidas com azulejos de Lisboa e as talhas de madeira são moldadas com ouro em pó.

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