Prefeito eleito de Osasco, Rogério Lins (PTN), pagou a fiança de R$ 300 mil no começo da tarde desta segunda-feira (2), primeiro dia útil do ano, informou o Tribunal de Justiça de São Paulo. O prazo máximo de pagamento só ficou para 2017 depois que o desembargador Flávio Gouveia, do TJ/SP, concordou com os argumentos da defesa de que não seria possível efetuar o pagamento na última sexta-feira (30) porque os bancos estavam em recesso.
Lins foi diplomado na manhã deste domingo (1º) em uma cerimônia na Câmara Municipal da cidade. Ele saiu da Penitenciária de Tremembé, no interior de São Paulo, na sexta, após a Justiça conceder um pedido de liberdade para sua prisão preventiva.
A assessoria de imprensa de Rogério Lins confirmou o pagamento e disse que ele não falaria sobre o caso, pois está visitando maternidades e creches na cidade em seu primeiro dia no cargo.
O prefeito eleito e mais 13 vereadores da cidade são acusados de contratar funcionários públicos fantasmas que não apareciam para trabalhar, conforme investigação operação Caça-Fantasmas, do Ministério Público de São Paulo.
Durante o discurso de posse, Lins voltou a dizer que não tem funcionários fantasmas e que não entende os motivos da sua prisão. “Eu tenho que relatar a minha mais recente experiência, minha equipe foi considerada fantasma, uma equipe que trabalha 10, 12, 15 horas por dia, uma equipe que trabalha aos fins de semana, uma equipe que se dedica há mais de 10 anos ao meu lado. E eu continuo ainda sem entender quais foram as verdadeiras e reais razões que levaram ao meu pedido preventivo de prisão, mas eu continuo acreditando na Justiça do homem, respeitando o Ministério Público e acreditando principalmente na vontade do povo e na Justiça de Deus, essa não falha, não tenho dúvida”, afirmou.
O prefeito de Osasco ressaltou que a verdade virá à tona. “Não tenho dúvida que tudo no final será corrigido”, declarou. Ele também agradeceu o apoio recebido de líderes políticos do país durante esse período.
Defesa alega falta de provas
O advogado de Lins, Flávio Christensen, afirmou após o prefeito eleito se entregar à polícia que não há provas contundentes contra o político. "Temos documentos importantes que provam a inocência dele. Contra o que está sendo imputado a ele não tem prova contundente e cabal. A gente espera o Poder Judiciário se pronunciar. A gente acredita na Justiça", disse o advogado.
R$ 21 milhões desviados em esquema
De acordo com o Ministério Público, a estimativa é que o esquema de contratação de funcionários fantasmas tenha desviado desviou cerca de R$ 21 milhões dos cofres públicos.
Segundo promotores, os vereadores contratavam apadrinhados, que não trabalhavam, mas recebiam como funcionários. Em troca, os parlamentares ficavam com parte dos salários dos funcionários fantasmas. A operação foi deflagrada em agosto de 2015 com o objetivo de desestruturar o esquema de captação de dinheiro de parte do salário dos assessores dos vereadores.
Reprodução/G1