Saúde

Bahia lidera ranking de óbitos por alcoolismo no Nordeste

O tratamento pode ajudar na recuperação da qualidade de vida e evitar consequências mais graves

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Com 10.711 casos de mortes por alcoolismo, a Bahia está no topo do ranking entre as capitais do Nordeste. Os dados foram divulgados pelo Ministério da Saúde e consideram o acumulado entre os anos de 2019 a 2025. Logo atrás, aparece Pernambuco, com 7.745 óbitos, Ceará, com 5.810, e Maranhão, com 3.272 mortes.

No mesmo período, 192 atendimentos ambulatoriais motivados pelo consumo de álcool foram realizados no estado. Já os atendimentos hospitalares totalizaram 248 na Bahia. 

Além disso, Salvador lidera o ranking de capitais com uso excessivo de álcool no país. 

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O alcoolismo é caracterizado por uma dependência física e emocional do uso de álcool. As principais características do alcoolismo são o uso compulsivo de álcool, perda de controle da quantidade de álcool consumida e um estado emocional negativo quando não se está consumindo a droga considerada depressora.

Impactos do alcoolismo

O consumo abusivo de álcool pode causar complicações de saúde. Não apenas a saúde física, mas também a mental e até mesmo os prejuízos sociais. Porém, em casos de dependência, o ser humano não consegue parar de beber, por isso têm dificuldades de perceber os impactos do alcoolismo. 

De acordo com o Manual Diagnóstico e Estatístico dos Transtornos Mentais, os principais sintomas de alcoolismo são: 

  • Ter sintomas de abstinência mais graves como febre, convulsões ou alucinações.
  • Beber mais ou passar mais tempo bebendo do que o planejado;
  • Tentativas falhadas de tentar parar ou diminuir o consumo de álcool;
  • Gastar muito tempo bebendo ou tentando se recuperar da bebida;
  • Sentir uma vontade incontrolável de beber, conhecida como “fissura”;
  • O uso do álcool interfere na vida familiar, profissional ou acadêmica;
  • Continuar a beber mesmo que isso cause problemas com a família e os amigos;
  • Desistir ou desmarcar compromissos e atividades que antes eram prazerosas só para ficar bebendo;
  • Usar o álcool mesmo em situações perigosas, como ao dirigir ou operar máquinas;
  • Continuar a beber mesmo ao se sentir triste ou ansioso;
  • Continuar a beber mesmo que isso esteja prejudicando a saúde;
  • Precisar beber cada vez mais para sentir os efeitos do álcool;
  • Ter sintomas de abstinência ao parar de beber, como dificuldades para dormir, tremedeiras, irritabilidade, ansiedade, depressão, inquietação, náusea e suor;
alcoolismo
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Especialistas apontam que por conta do consumo frequente e exagerado, a pessoa que sofre com alcoolismo pode desenvolver tolerância à droga. Isso significa que o paciente passa a necessitar quantidades cada vez maiores de álcool para sentir seus efeitos.

Para o psiquiatra Cássio Oliveira, com vasta experiência no tratamento do alcoolismo, o binge alcoólico é um problema de saúde pública e pode causar consequências. 

“Existem muitas pessoas que têm problemas hepáticos, cirrose hepática ou hepatites, ou podem ter problemas pancreáticos por conta do uso abusivo de álcool. O alcoolismo pode levar inclusive até quadros de demência, pessoas que têm problemas de memória, problemas neurológicos por conta do uso abusivo de álcool”, explica Oliveira. 

Outras complicações: 

  • Alterações no cérebro
  • Problemas cardíacos
  • Prejuízos no sistema imunológico

Existem alguns fatores de risco que colaboram para o uso excessivo de álcool. Esses indicativos perpassam pela esfera familiar, influência social, classe econômica e disponibilidade da droga.

“Quando a gente pensa nas razões que podem levar a pessoa a desenvolver o alcoolismo, existem fatores que são genéticos, ou seja, se eu tenho um pai, uma mãe, algum familiar mais próximo que tenha alcoolismo, eu tenho uma chance maior de ter alcoolismo”, elucida Cássio Oliveira. 

É a equipe multiprofissional que ajuda no tratamento de alcoolismo. Esses profissionais que devem acompanhar o paciente em todo o processo de reabilitação. Psicólogos, psiquiatras, assistentes sociais e outras especialidades formam a equipe. 

Em alguns casos, o uso de medicamentos pode ajudar na reabilitação dos pacientes.

“Existem medicações que vão diminuir a vontade, o desejo que a pessoa tem é por bebida alcoólica. Alguns antidepressivos, alguns ansiolíticos e algumas medicações específicas para controlar a vontade de beber”, esclarece Cássio Oliveira. 

O mercado e o alcoolismo

Segundo dados do IPC Maps, especializado em potencial de consumo brasileiro, em 2024 o setor registrou alta de 8,7% em relação ao ano anterior, passando de R$ 33,4 bilhões a uma movimentação superior a R$ 36,3 bilhões por parte das famílias brasileiras.

Ainda segundo os dados divulgados, a Bahia está no ranking dos dez estados com maior potencial de bebida. O maior estado do Nordeste aparece em sétimo lugar no ranking, movimentando pouco mais de R$ 2,2 bilhões no setor em 2024. 

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