O presidente Michel Temer enviou nesta quinta-feira uma carta à procuradora-geral da República, Raquel Dodge, após ter sido incluído no inquérito da Odebrecht na semana passada.
Segundo o blog apurou, Temer afirma não querer influenciar a procuradora, mas, na carta, enviou artigos jurídicos com argumentos de especialistas e autoridades contrárias à investigação de fatos anteriores ao mandato do presidente.
(CORREÇÃO: ao ser publicada, esta reportagem informou a carta também se referia à decisão que autorizou a quebra do sigilo bancário do presidente no inquérito que apura suposta cobrança de propina na edição de um decreto sobre o setor de portos. A informação foi corrigida às 13h29.)
Um desses artigos, segundo auxiliares do presidente, é do ministro da Justiça, Torquato Jardim.
Como o blog revelou na segunda-feira, o presidente quis explicar à procuradora seus argumentos jurídicos após ter sido incluído no inquérito que apura de a construtora Odebrecht pagou propina na Secretaria de Aviação Civil, que já foi comandada por Eliseu Padilha e Moreira Franco.
Moreira e Padilha são ministros do governo Temer.
Para o presidente, ele não pode ser investigado por fatos que ocorreram antes do seu atual mandato.
Dodge entende que sim.
Procurado, o Planalto informou apenas que "encaminhou a carta em caráter confidencial e privado".
O blog obteve acesso à carta. Veja:
Fonte: Blog Andreia Sadi // AO