O governador Rui Costa (PT) e o prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), concordaram, ontem, que a Bahia não precisa de uma intervenção federal na segurança, mas o democrata fez questão de criticar o desempenho do governo estadual na área. Na avaliação do chefe do Palácio Thomé de Souza, o estado do Rio de Janeiro, onde a medida foi adotada, vive uma “situação extremada” que é diferente do “resto do Brasil”.
Por essa razão, diz ele, há a necessidade de “intervenção constitucional”. “Agora, não acho que seria o caso de aplicar a mesma medida, neste momento, na Bahia. O que não quer dizer que as coisas vão bem, porque não vão. A segurança pública vai muito mal”, ressaltou, em entrevista à imprensa após a assinatura de contratos para entrega de unidades habitacionais do programa “Minha Casa, Minha Vida”, na Faculdade Unopar, no Parque Bela Vista.
Já o governador Rui Costa lamentou a situação do Rio de Janeiro. Disse que há um “colapso” na segurança pública do estado e que a intervenção pode ser adotada como “paliativo” para evitar que “o povo não sofra mais”. Avaliou, entretanto, que a medida serve “mais à necessidade política do governo do que à segurança”. “O Rio entrou em colapso depois de sucessivas gestões que comprometeram muito a administração.
A gente fica triste. Só para se ter uma ideia. O Rio tem o dobro da arrecadação da Bahia. Enquanto a Bahia arrecada R$ 44 bilhões, o Rio arrecada R$ 88 bi. O governador Pezão, eu tenho uma admiração pessoal grande por ele, mas, infelizmente, ele jogou a toalha e entregou a gestão da segurança para uma intervenção, que, na minha opinião, não é uma medida que será duradora e trará resultados duradores”, pontuou, no “Papo Correria”, transmitido ao vivo pelo Facebook do gestor estadual.
O chefe do Palácio de Ondina disse que a Bahia não precisa de intervenção porque “aqui tem governo, aqui tem governador e a gente vai seguir o nosso caminho”. Rui Costa afirmou que, para combater a criminalidade nos estados, seria melhor que as Forças Armadas atuassem nos portos, rodovias e aeroportos para impedir a entrada de armamentos e drogas. “O Brasil fabrica aqueles fuzis que vimos há três semanas chegarem caixas e caixas no Aeroporto do Galeão?”, indagou.
Fonte Tribuna da Bahia // ACJR