Polícia

Pelegrino diz que decreto no RJ não resolverá o problema; Aleluia defende intervenção

Entre os parlamentares baianos, 23 foram a favor e 10 votaram contra a medida do presidente Michel Temer (MDB).

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[Pelegrino diz que decreto no RJ não resolverá o problema; Aleluia defende intervenção]

A Câmara dos Deputados aprovou, na madrugada desta terça-feira (20) o decreto de intervenção federal no estado do Rio de Janeiro. Entre os parlamentares baianos, 23 foram a favor e 10 votaram contra a medida do presidente Michel Temer (MDB).

Em seu discurso, o deputado federal José Carlos Aleluia, presidente do DEM na Bahia, alfinetou, de uma tacada só, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e o governador baiano Rui Costa (PT). "A pergunta devia ser: por que os governos, inclusive os nossos do presidente Fernando Henrique Cardoso, toleraram tanto o crescimento do crime no Brasil? […] Eu tenho que dizer que o governador Pezão teve um acerto ao reconhecer — diferentemente do governador do meu Estado, que não reconhece — que ele está perdendo a batalha contra a violência", disse o democrata baiano, que defendeu, durante a sessão, o encerramento da discussão e aprovação do decreto.

"Nós devemos fazer [com a aprovação do decreto] com que o Estado brasileiro mostre que é capaz de combater o crime e de restabelecer a lei e os valores fundamentais da sociedade: o respeito à vida, à liberdade e à propriedade", defendeu Aleluia.

O deputado federal pelo PT da Bahia, Nelson Pelegrino, fez críticas à medida. "Esse decreto não coloca uma discussão concreta. A discussão concreta é a seguinte: sem emprego, sem educação, sem saúde não há solução. Aliás, eu fui Presidente da Comissão de Defesa Nacional em 2013, e o que eu ouvia dos nossos militares era isto: Nós ocupamos os morros, mas, chegando lá, não havia médicos, não havia educação, não havia creches, não havia empregos, e vivíamos essa angústia de estar ocupando o morro e não ver políticas sociais. Essa que é a grande verdade", contou.

O parlamentar ainda apontou desconfiança na eficácia da atuação das Forças Armadas para resolver o problema da segurança pública. "A experiência histórica demonstra que as Forças Armadas não estão habilitadas para fazer o combate policial das ruas. Vejam a experiência do México. Vejam a experiência da Colômbia. E nós temos a experiência do Brasil.
As Forças Armadas têm sua missão. E qual é a missão das Forças Armadas? É proteger a integridade do nosso território, proteger as nossas fronteiras. A responsabilidade da Marinha, do Exército e da Aeronáutica é impedir que as armas e as drogas entrem no país", contextualizou.

"Ao invés de as Forças Armadas estarem nas nossas favelas, deveriam estar nas fronteiras para impedir que as armas e o dinheiro entrassem no país. E esse é o primeiro equívoco desse decreto e dessa concepção, pois é um decreto que não hierarquiza funções no sistema de segurança pública, não estabelece praticamente e concretamente qual é o papel das Forças Armadas, não estabelece qual é o papel da Polícia Federal, que é uma polícia nacional, de suporte e de inteligência e também responsável por fazer o policiamento das fronteiras, não estabelece de que forma as polícias estaduais serão reequipadas", enumerou Pelegrino.

Fonte: Bocao News // AO