Brasil

Vírus da febre amarela é detectado em outra espécie de mosquito em MG

Cientistas encontraram micro-organismo em exemplares do ‘Aedes albopictus’, mas ainda não sabem se ele pode transmitir a doença

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Pesquisadores do Instituto Evandro Chagas (IEC) anunciaram nesta quinta-feira que detectaram a presença do vírus da febre amarela em outra espécie de mosquito além das dos gêneros Haemagogus e Sabethes, principais transmissores da versão silvestre da doença. Segundo os cientistas, o micro-organismo também foi encontrado em exemplares da espécie Aedes albopictus (apelidada “tigre asiático”) capturados em 2017 em áreas rurais próximas dos municípios de Itueta e Alvarenga, em Minas Gerais, mas ainda são necessários mais estudos para saber se eles podem transmitir a doença.

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– O encontro do vírus no mosquito Aedes albopictus não significa necessariamente que ele adquiriu o papel de transmissor da febre amarela. Por isso é preciso voltar a essas áreas para uma nova coleta de mosquitos e avaliar a capacidade de transmissão deles – explicou o diretor do IEC, Pedro Vasconcelos, em coletiva de imprensa realizada nesta quinta no Ministério da Saúde, ao qual o IEC é vinculado.

Diante da informação, o Ministério da Saúde reiterou que não há registro de um ciclo urbano da febre amarela no país, cuja transmissão se dá por mosquitos da espécie Aedes aegypti, os mesmos que transmitem os vírus da dengue, zika e chicungunha. Ainda de acordo com o ministério, até agora não foram encontrados A. aegypti infectados com o vírus da febre amarela e todos os casos da doença registrados no Brasil desde 1942, inclusive os atuais, são silvestres. Isto quer dizer que o vírus foi transmitido por vetores que existem em ambientes de mata (mosquitos dos gêneros Haemagogus e Sabethes), com os mosquitos também tendo sido contaminados por um hospedeiro silvestre, no caso, macacos.

– O que está ocorrendo no Brasil é que os casos de febre amarela estão ocorrendo em áreas onde não era recomendada a vacinação, portanto as pessoas estão suscetíveis porque não eram vacinadas. Por isso a importância de se vacinarem nessa campanha e evitarem casos e mortes pela doença – concluiu Vasconcelos.

Fonte: O globo // AO