Brasil

Aécio Neves pede mais prazo em inquérito que tramita no Supremo

Senador é investigado pelos crimes de corrupção passiva e obstrução da Justiça, com base na delação de executivos da JBS

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Cristiano Mariz / Especial

O senador Aécio Neves (PSDB-MG) pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) mais prazo para apresentar sua resposta em inquérito que o investiga pelos supostos crimes de corrupção passiva e obstrução da Justiça, instaurado em maio de 2017, com base na delação de executivos da JBS. O pedido foi feito ao ministro Marco Aurélio de Mello, relator do inquérito na Corte. No inquérito, ainda são investigados Andrea Neves, irmã de Aécio, Frederico Pacheco de Medeiros, primo do senador, conhecido como Fred, e Mendherson Souza Lima, que é ex-assessor parlamentar do senador Zezé Perrella (MDB-MG). Segundo a defesa, a concessão do prazo em dobro é necessária porque trata-se de um caso com quatro investigados, representados por procuradores distintos. Os advogados do tucano ainda pedem que, se assim não for entendido pelo ministro, que seja o prazo estendido ao menos até 15 de fevereiro, quando vence o prazo para Andrea responder à Justiça. No ano passado, Aécio já buscou suspender o prazo para apresentação de resposta à denúncia oferecida no inquérito pela Procuradoria-Geral da República (PGR), o que foi negado por Marco Aurélio em dezembro. A PGR acusa o senador, Andrea, Frederico e Mendherson da prática do crime de corrupção passiva, e o parlamentar também de tentar embaraçar investigação de infração penal que envolva organização criminosa.

Suspeita

Entre as acusações que pesam sobre Aécio, está a gravação na qual o tucano pede R$ 2 milhões ao empresário Joesley Batista, um dos donos da JBS. Em uma conversa, o tucano aparece pedindo o dinheiro ao empresário sob a justificativa de que precisava pagar despesas com sua defesa na Lava Jato. A irmã de Aécio teria feito o primeiro contato com o empresário. O tucano indicou seu primo para receber o dinheiro, que foi entregue pelo diretor de Relações Institucionais da JBS, Ricardo Saud, um dos sete delatores. Ao todo, foram quatro entregas de R$ 500 mil cada uma, segundo o Ministério Público.

Reprodução: Zero Hora

REDAÇÃO DO LD