Brasil

MPF investiga se dinheiro de empresários de ônibus do Rio foi para o exterior

Procuradores tentam comprovar se 'Rei dos Ônibus' Jacob Barata tem contas e offshores fora do país. Na segunda-feira, foi pedido à Justiça para que prossiga investigação de evasão de divisas.

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Procuradores investigam se o domínio de um grupo de empresários sobre os ônibus no Rio de Janeiro está refletido em um patrimônio no exterior. O Ministério Público Federal (MPF) apura se o grupo abriu contas e offshores em outros países e não declarou à Receita Federal, o que é considerado crime. Há delações implicando o empresário Jacob Barata Filho conhecido como "Rei do Ônibus". Nesta segunda (29), o MPF pediu ao STJ para manter a investigação contra o empresário por evasão de divisas.

Os empresários de ônibus do RJ são investigados pela Lava Jato pela suspeita de terem pago mais de R$ 260 milhões em propinas a políticos, entre eles, o ex-governador Sérgio Cabral, que teria ficado com R$ 122 milhões, segundo o MPF.

O MPF apura ainda se Jacob Barata Filho é dono de uma conta no HSBC na Suíça e de empresas offshores, em sociedade com familiares. A defesa de Jacob Barata Filho nega a existência de contas e de empresas no exterior.

O doleiro Lúcio Funaro relatou que o empresário pagou propina no exterior a Eduardo Cunha (PMDB), ex-presidente da Câmara dos Deputados e este repassava parte do valor ao deputado estadual Jorge Picciani, ex-presidente da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj).

Picciani, atualmente preso em Benfica por crimes apurados na Operação Cadeia Velha, disse que não conhece Lucio Funaro e que o delator "é um bandido mentiroso". Também afirma que não recebeu dinheiro de Eduardo Cunha.

Jacob Barata já foi preso duas vezes pela força-tarefa da Lava Jato no RJ. O empresário representa a segunda geração de uma família que já comanda os transportes no Rio há quase 50 anos. Por três vezes, Barata Filho deixou a prisão após decisões do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Fonte: G1// FA