A deputada federal indicada para comandar o Ministério do Trabalho, Cristiane Brasil (PTB-RJ), gravou um vídeo a bordo de uma lancha, acompanhada de amigos em trajes de banho, no qual se defende da acusação de ter respondido a ações trabalhistas movidas por dois ex-funcionários que trabalharam com ela.
Com uma música tocando ao fundo e acompanhada de quatro homens, Cristiane diz que “todo mundo pode pedir qualquer coisa abstrata”. Também afirma jurar que não deve nada e declara que vai prová-lo "em breve", na gravação publicada pelo perfil Top Vídeos no Facebook.
“Eu tenho para falar pra vocês o seguinte: todo mundo tem o direito de pedir qualquer coisa na Justiça. Todo mundo pode pedir qualquer coisa abstrata.
O negócio é o seguinte: quem é quem tem o direito? Ainda mais na Justiça do Trabalho? Eu juro para vocês que eu não achava que eu tinha nada para dever para essas duas pessoas que entraram contra mim e eu vou provar isso em breve”, diz.
Um dos homens que a acompanham pede para dar uma declaração “como empresário” e diz que “ação trabalhista toda hora a gente tem”. “Eu posso dar uma declaração como empresário aqui? Ação trabalhista toda hora a gente tem”, diz. Um outro completa. “Todo mundo pode ter, eu tenho, ele tem”. “E eu tô com você, doutora”, diz.
No fim da gravação, Cristiane diz: “Eu só quero saber o seguinte: quem que pode passar na cabeça das pessoas que entram contra a gente em ações trabalhistas?”
O advogado Dominique Sander, do Movimento dos Advogados Trabalhistas, que moveu a liminar no Supremo Tribunal Federal (STF) para impedir a posse da ministra, não viu com bons olhos a “defesa” da deputada.
“Interessante: note que ela diz que não fazia ideia de que estava cometendo irregularidade. Considerando que anotar carteira de trabalho de empregados é algo extremamente primário na relação de emprego, me parece que temos no vídeo uma confissão expressa de que a pretensa ministra não tem os conhecimentos mais básicos necessários para exercício do cargo”, disse o advogado.
O vídeo foi gravado por um amigo da deputada, mas não foi publicado na página oficial do Facebook dela. (AE)
/// A. Figueiredo